Washington, 16 Mar (Lusa) – A recessão nos EUA deverá terminar no final de 2009 e a retoma começará no próximo ano, afirmou hoje o Presidente da Reserva Federal Americana (FED), afirmando que o perigo de uma depressão igual á de 1929 está agora afastada.
“Veremos o fim da recessão provavelmente este ano e veremos a retoma no início do próximo ano. Ela vai acelerar com o tempo”, declarou o Presidente da Reserva Federal Ben Bernanke, na entrevista concedida ao programa 60 minutos, da televisão CBS.
Segundo a CBS, é a primeira vez em 20 anos que um presidente em exercício da FED, o banco central mais poderoso do mundo, concede uma entrevista à televisão. Um sinal da gravidade da situação e da necessidade, aos olhos da FED, de explicar a situação ao grande público.
Bernanke reconheceu que o desemprego vai continuar a degradar-se e a taxa de desemprego poderá ultrapassar os 8,1 por cento previstos em Fevereiro, mas indicou ver já sinais que anunciam tempos melhores.
“Penso que se conseguirmos estabilizar o sistema financeiro veremos um declínio menos rápido, antes de uma estabilização que vai servir de fundamento à retoma”, insistiu Bernanke, na entrevista gravada quarta-feira.
Os grandes bancos americanos “não vão falir”, disse, numa altura em que o governo tenta determinar com exactidão a amplitude dos prejuízos provocados pelos chamados activos tóxicos.
Recomendou uma “regulação mais estrita das grandes companhias” e a adopção de uma autoridade de regulação com a capacidade “de observar o sistema no seu conjunto”.
Para o patrão do FED, o maior risco para a economia actualmente é “que não se tenha vontade política. Que não se tenha a vontade de resolver este problema e que se deixem as coisas seguirem o seu curso”.
Bernanke disse que os EUA “escaparam ao risco” de conhecer uma Grande Depressão como a que atingiu o país em 1929 após o “crash” bolsista. “Penso que já ultrapassamos isso e que agora o problema é fazer a máquina funcionar correctamente”.
O presidente da FED reconheceu que o sistema financeiro mundial esteve à beira da bancarrota no Outono passado.
“Esteve à beira disso. Muito próximo”, repetiu Bernanke, sublinhando que isso teria acontecido se o Congresso norte-americano não tivesse autorizado o governo a recapitalizar os bancos alguns dias antes do pior momento da crise em Outubro de 2008.
“Foi uma situação muito perigosa”, insistiu Bernanke.
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