Singapura é a cidade mais cara do mundo, superando Tóquio e Paris, segundo o estudo da Economic Intelegence Unit. Mas, o país mais caro de todos é uma incógnita nação chamada Aeroporto Internacional. Passada a linha reservada a passageiros com cartão de desembarque, a inflação atinge as carteiras em mais de 100 por cento. Beber uma bica, comer um croissant seco torna-se um luxo acessível apenas a alguns.
No check in, já se sabe, não é permitido o transporte de garrafas de água, desde que, através da Internet, se demonstrou que qualquer pessoa constrói uma bomba caseira com um pouco de Evian, como quem faz uma sopa de nabiças. No entanto, lá dentro já se pode comprar água à vontade, mas só quem tiver muita sede e/ou dinheiro para isso. Apenas o uísque e o tabaco é mais barato, para quem viaja para fora do espaço Schengen. Mas que raio de país é este?
Não é um país em que aceitássemos viver. Mas não há nínguém que se queixe. Ou queixam-se em surdina, cada um no seu idioma, com a humildade de um estrangeiro.
Nos Estados Unidos, criaram o movimento contra o picckle no Big Mac. Mas que eu saiba não há qualquer movimento contra a especulação de preços em aeroportos e (ou estações de serviços). Talvez estes não-lugares sirvam para nos recordar quão são importantes as regulamentações da lei da concorrência, e quanto são perigosos os regimes de monopólio e oligopólio. Inventam desertos só para fazer subir o preço da água.