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Apesar dos limites que o meio português de banda desenhada quase sempre teve ficaram patentes em capítulos anteriores vários exemplos da inventividade de autores nacionais, cuja obra merecia ter tido desenvolvimento e, nesta altura, reedições condignas. Mas entre nós também houve autores de grande produção, que souberam aliar quantidade e qualidade, merecendo por isso um destaque especial. Embora tudo isto seja muito relativo, talvez o maior de todos tenha sido Fernando Bento. Até porque, enquanto em outros grandes autores é possível detectar influências alheias, já é mais difícil dizer o mesmo de Bento, cujo traço caricatural arredondado (mais não isento de angulosidade) e, sobretudo, cujo vibrante e ágil estilo realista à base de linhas e sombra surgem como profundamente originais. Um autor completo, a redescobrir nas suas diversas facetas.
Nascido em 1910 Fernando Bento teve como formação específica apenas um curso (francês) de desenho por correspondência, tendo-se estreado no início da década de 30 como caricaturista, ilustrador e cartoonista para diversas publicações periódicas. Terá sido o facto de o seu pai estar ligado à actividade teatral (levando a que muita da iniciação cultural do jovem Fernando tivesse lugar entre bastidores e plateias) que conduziu, na mesma altura, à sua entrada nesse meio, desempenhando com êxito tarefas de figurinista e pintor. Esta experiência foi fundamental para o seu trabalho posterior enquanto autor de BD (como bem nota Dias de Deus, e à semelhança, por exemplo, de Will Eisner), com uma forte noção dramática e um tratamento detalhado, não só das figuras humanas, com também do ambiente, ao nível de cenários e jogos de luz.
É pois um Fernando Bento já com larga experiência profissional que chega ao mundo dos quadradinhos em 1938, com histórias para a secção infantil do jornal “República” e para o “Pim Pam Pum”, suplemento de “O Século” (para onde publicaria centenas de contribuições até ao final da década de 50). Um pouco mais tarde teria ainda espaço noutras locais, como no “Notícias Agrícola” ou no “Norte Infantil” (suplemento do “Diário do Norte”), por exemplo. Mas a carreira de Fernando Bento na banda desenhada ficará indelevelmente associada a duas grandes revistas, para as quais foi, mais do que um contribuidor, a principal alma artística, e onde deixou o fundamental da sua obra. Foram elas o “Diabrete” (1941-1951), e a sua “metamorfose” posterior, o “Cavaleiro Andante” (1952-1962). Duas décadas intensas e marcantes no panorama nacional, às quais é de justiça associar o nome do responsável editorial por ambos os projectos, Adolfo Simões Müller (já presente em “O Papagaio”), o qual, de resto (e a par de Maria Amélia Bárcia), foi o mais frequente colaborador de Bento ao nível dos argumentos.
Para o “Diabrete” e o “Cavaleiro Andante” Fernando Bento fez evoluir dois tipos de estilos, um estilo realista, típico da BD de aventuras e feito de figuras esguias, de um uso intrincado e dramático de linhas e ângulos banhados por uma luz notável; e um estilo caricatural igualmente elegante, mas mais arredondado e com enorme propensão para o ágil “gag” visual. Diga-se que ambos coexistiram, e mutuamente se potenciaram, nas duas revistas, podendo sugerir-se, a título de exemplo, a comparação de duas belas histórias longas publicadas em simultâneo no “Diabrete”: “O Pajem do Rei” e “As Aventuras de Anãozinho Muck” (1949).
De qualquer maneira, se o traço caricatural de Bento estava já definido logo no arranque do “Diabrete”, foi necessário ainda conquistar um certa “libertação” do desenho. É que, de início, os quadradinhos vinham acompanhados de um texto rimado, por vezes encantador na sua simplicidade, mas que chegava a atrapalhar a “leitura” do desenho (vários exemplos encontram-se logo em “Coisas que o Demo Não Fez”, de 1941). Por outro lado, e apesar de algumas epopeias de tiras cómicas (como “Béquinhas, Beiçudo e Barbaças”, uma narrativa publicada de 1941 a 1945), e histórias de várias pranchas (como “O Tesouro do Tio Baeta”, 1941), Fernando Bento ganha dimensão em curtas histórias cómicas, pequenos momentos de facto delirantes. Os exemplos são inúmeros, como as “Invenções do Dr. Mac Han Búzio” (1941-42), as “Lições do Professor Lucas” (1944-45), “As Diabruras da Prima Zuca” (1944-46) ou “Zé Quitolas com seu Burro Faísca” (1941-46), desventuras de um típico saloio desenrascado que passaria depois para o “Cavaleiro Andante”. Mas o excesso inicial de texto seria limado durante a carreira do “Diabrete”, algo que algumas vezes a própria rima admitia como evolução natural (com versos como: “mas palavras para quê? O boneco conta tudo!”, ou “Se não fosse obra do Bento, até parecia mentira!”).
Nessa perspectiva talvez se possa considerar o “Diabrete”, na sua primeira fase, uma espécie de (notável) balão de ensaio para um autor em consolidação. Embora esta seja uma opinião discutível, as tiras humorísticas de Bento para “O Pajem” do “Cavaleiro Andante” (suplemento infantil incluído na revista) são de uma qualidade superior, não só porque o autor criava prodígios visuais sem empecilhos de um texto que pouco adiantava (e a redundância anterior da escrita é aqui evidente), como a sua imaginação parecia não ter limites, sendo particularmente notáveis inúmeras tiras protagonizadas pelos miúdos traquinas “Filipim” e “Anita”, onde estes interferem com a criação do Bento-pai-desenhador-personagem, fornecendo-lhe inspiração, ou penetrando (literalmente) o seu desenho-dentro-do-desenho. Diga-se que para este resultado também contribuiu a grande qualidade gráfica (e excelente cor) de “O Pajem”.
Por outro lado, se o estilo realista de Fernando Bento estava de facto em formação no início do “Diabrete”, atingiu a maioridade (e produziu muitos dos seus momentos mais espectaculares) bem antes do “Cavaleiro Andante”. Mas o começo foi hesitante, e por dois motivos distintos, um relacionado com a rigidez excessiva do traço em si, outro com a própria concepção das funções do desenho. De facto, inicialmente Bento não fez BD realista para o “Diabrete”, limitando-se a produzir alguns quadros para acompanhar o texto corrido. Tratava-se pois mais de romances ilustrados do que de outra coisa, com o desenho a procurar atrair os jovens para a leitura (um hábito de resto comum em termos de BD). Visivelmente insatisfeito, Fernando Bento (em conjunto com Simões Müller?) foi ensaiando diversas soluções (diferentes disposições das vinhetas em relação ao texto, por vezes balões e texto independente nos desenhos, formando uma leitura alternativa) em vários romances, a maioria de Jules Verne, num período bastante longo (mais ou menos de 1942 a 1947).
Mas, para ter um pouco mais de liberdade criativa, teria de se valer de um trabalho de ficção, “A Pérola Cor de Fogo” (1946), o que parece demonstrar que, no caso das adaptações literárias, a BD era tida, a princípio, em menor consideração editorial. De qualquer modo, nessa história Bento ensaiaria muitas possíveis vias para a sua BD de aventuras, utilizando como protagonista Diabrete (símbolo da revista, e já utilizado em “O Tesouro do Tio Baeta”, mas que teria carreira curta enquanto personagem). História em que o Bento-autor sonha as peripécias do Diabrete, “A Pérola Cor de Fogo” atravessa os mais variados géneros de aventuras (do policial ao fantástico), embora o texto (didescálico, com alguns balões fugidios) revele ainda alguma redundância na sua relação com a imagem.
Daí que seja de certo modo surpreendente o grande salto evolutivo que Fernando Bento dá no ano seguinte com “A Ilha do Tesoiro”, onde o seu estilo realista parece rapidamente adquirir a perfeição, com um uso excelente de balões, uma fluidez narrativa assinalável e, sobretudo, com o dramatismo das linhas para dar à “simples” história de aventuras de Stevenson o tom próprio de inquietação ambígua. É a partir de “A Ilha do Tesoiro” que o trabalho realista de Bento verdadeiramente “descola”, produzindo depois uma série de obras dignas de nota onde se incluem, entre outras, “As Mil e Uma Noites” (1948), “Matias Sandorf” e “O Pajem do Rei” (1949) ou “As Minas de Salomão” (1950-51).
Em paralelo com as suas histórias de aventuras Fernando Bento participou igualmente naquela que se pode considerar (como será discutido em pormenor noutros locais) uma das principais vias da BD nacional: a vertente histórico-educacional, para a qual terá sem dúvida contribuído o pedagogo Müller no papel de argumentista. É nessa perspectiva que surgem as “Histórias da Nossa História” (1943-44) e, posteriormente, os relatos ficcionados sobre várias figuras e acontecimentos. Os exemplos são numerosos: “Luís de Camões” (1950-51), “Nuno Álvares”, “Serpa Pinto”, “Afonso de Albuquerque”, “S. João de Brito” (todos de 1951); e, no “Cavaleiro Andante”, “O Mistério do Tibete” (1952), “A Abóbada” ou “Chaimite” (ambos de 1955). O trabalho de Bento na planificação destas obras (as qualidades do desenho eram já conhecidas) é de tal modo notável que consegue mesmo disfarçar a óbvia vontade do argumentista em introduzir (por vezes de uma maneira menos subtil) demasiada informação histórica, de que a biografia de Camões é um bom exemplo. Apesar do mesmo tipo de constrangimentos, o relato da vida de Serpa Pinto parece mais liberto, talvez porque era menor a distância histórica, e menor o peso institucional da figura. Por outro lado, Bento também ilustrou histórias puramente pedagógicas, como “O Romance do Oiro” (1949-59) ou “História da Luz” (1950). E se ambas revelam, enquanto narrativas, as debilidades decorrentes de uma enumeração de factos com reduzidas possibilidades de encenação, o jogo de luzes de Bento consegue criar constrastes suficientes para agarrar o olhar.
No “Cavaleiro Andante” Fernando Bento prosseguiu o seu notável trabalho de âmbito realista nas suas várias vertentes (adaptações de romances, histórias da História de Portugal), incluindo igualmente biografias romanceadas de várias figuras de alcance mundial (Lewis Carrol, Baden Powell…). A dramatização dos cenários, por exemplo, é feita com o habitual rigor de linhas e sombra em “O Mistério do Tibete” (1952), “O Anel da Rainha de Sabá” (1953) ou “A Torre das Sete Luzes” (1953-54); enquanto que é quase exclusivamente a feroz oposição das personagens, num apropriado deserto “neutro”, que se revela decisiva em “Beau Geste” (1952). Também no “Cavaleiro Andante” surgiria o tal herói que Bento tomou emprestado de Conan Doyle, em várias histórias onde é digno de nota o uso tenso dos fundos a preto rodeando as personagens (mesmo de dia, mesmo em sítios iluminados noutras vinhetas…), enquanto Holmes declama as suas soluções no meio da expectativa geral.
Mas, pese embora os seus dois estilos gráficos (realista e cómico) serem bem definidos, Fernando Bento não foi um autor estanque. Nas suas interpretações do clássico díptico juvenil de Erich Kästner (“Emílio e os Detectives” em 1957-58, “Emílio e os 3 Gémeos” em 1958-59) utiliza uma espécie de traço híbrido, um desenho realista mas menos esguio, e onde muitos ângulos dão lugar a soluções curvilíneas mais suaves. Por outro lado, ao diminuir o número de linhas o autor consegue que o ambiente febril das suas narrativas de aventuras seja substituído por uma elegância serena, apropriada para histórias infantis clássicas como, por exemplo, “O Soldadinho de Chumbo” ou “A Gata Borralheira” (ambos de 1948); ou ainda para narrativas religiosas (como “A Maravilhosa História dos Envangelhos”, de 1948-49).
Curiosamente, as insuficiências no traço de Fernando Bento (porque elas existem) parecem relacionar-se com a insegurança da BD realista nacional (como um todo) para lidar com personagens e objectos em movimento (mormente quando este é brusco), sem evitar distorções ou erros de perspectiva. Algo mais visível, pela própria definição dos géneros, na BD realista do que no desenho caricatural (onde, todavia, não está ausente). Se em Bento essa característica é de facto menos notória, isso fica-se a dever, não só ao seu talento, como também às suas próprias opções estéticas, nomeadamente ao cuidado na definição de personagens e ambientes/cenários em vinhetas de composição forte, resolvendo-se o fluir da história (porque Bento pode ser tudo menos estático) entre vinhetas consecutivas, que não através delas (de onde a teatralidade notada na sua obra). Algo para que também contribui a sua boa e natural utilização dos balões, rara em autores nacionais, mas ideal para criar ritmo. Nessa perspectiva, o estilo de Fernando Bento encaixava na perfeição com as intenções de Simões Müller (segundo a interessante análise de Dias de Deus) em relação ao papel do “Diabrete” e “Cavaleiro Andante” enquanto veículos de moralidade cristã, por oposição aos mais “pagãos” “Mosquito” e “Mundo de Aventuras”.
Com o encerramento do “Cavaleiro Andante” em 1962 Fernando Bento fez uma pausa na sua carreira enquanto autor de BD, já não participando no projecto seguinte de Müller, o simpático, mas menor, “Zorro” (que, de resto, não teve vida longa). Na verdade, e apesar de alguns casos isolados (como uma história sobre o ciclista Joaquim Agostinho, publicada em 1973 no jornal “A Capital”) a sua presença neste campo seria feita largamente através de re-impressões de diversas histórias, quer em publicações periódicas (“Nau Catrineta”- suplemento do “Diário de Notícias”, “Mundo de Aventuras”, “Quadradinhos”, 2ª série- suplemento de “A Capital”…), quer reunidas em álbum (ou noutra forma mais modesta). Seria neste formato que Fernando Bento (quase unicamente enquanto autor realista, a excepção sendo “Béquinhas, Beiçudo e Barbaças”) se tornaria conhecido de novas gerações de leitores, nomeadamente com “Beau Geste”, “O Anel da Rainha de Sabá”, “Com a Pena e com a Espada: Camões e Afonso de Albuquerque”, “A Vida Aventurosa de Serpa Pinto”, ou “O Mistério do Tibete” (todos relatos excelentes). Mas, talvez a mais importante obra de Bento revisitada em tempos recentes tenha sido a segunda edição em álbum (desta vez em versão colorida) de “A Ilha do Tesoiro” (1991). Porque a esta reedição seguiu-se o último grande projecto de Fernando Bento em BD, precisamente o “Regresso à Ilha do Tesouro” (primeiro volume datado de 1993), em que o sempre eficaz argumentista Jorge Magalhães adaptou para os seus desenhos um romance do obscuro H. A. Calahan, escrito em jeito de “homenagem” à obra de Robert Louis Stevenson. E, se o material de base era medíocre, não só Magalhães consegue retirar dele uma narrativa interessante, como Fernando Bento revela aqui (já na sua oitava década de existência) o quanto um verdadeiro Autor pode evoluir, se a isso estiver disposto (nesse aspecto é confrangedor comparar Bento com outros que tiveram mais oportunidades de trabalho e evolução).
Na verdade, é com “Regresso à Ilha do Tesouro” que Fernando Bento dá uma última (e grande) prova de insatisfação permanente perante a sua obra. Se com “A Ilha do Tesoiro” o autor demonstrara já um domínio perfeito da linguagem dos quadradinhos, nesta revisitação pulveriza autenticamente a organização clássica da prancha. Não só as figuras humanas ganham (apesar de alguma menor maleabilidade) uma superior capacidade de expressão, como ultrapassam muitas vezes os limites das vinhetas onde era suposto permanecerem. Por outro lado, Bento utiliza uma grande variedade de planificações arrojadas em busca de novas hipóteses narrativas, conseguindo criar algumas perspectivas grandiosas onde brilha a minúcia do seu traço.
Projecto pensado em dois volumes, “Regresso à Ilha do Tesouro” jamais seria completado, uma vez que o segundo tomo (“O Fim de Long John Silver”) permaneceria incompleto. Ficámos pois sem saber até que ponto a evolução de Fernando Bento, falecido em Setembro de 1996, poderia ter desbravado ainda novos caminhos. Mas, com o seu traço original e inconfundível, Portugal teve direito a um grande vulto da banda desenhada, e pena foi que a sua carreira internacional se tivesse ficado por uma única amostra (“Beau Geste”), editada na Bélgica em versão flamenga. Talvez o facto do autor ter sempre acumulado o seu desenho com o trabalho numa companhia de petróleos, nunca se assumindo (provavelmente com muito bom senso) profissional de BD a tempo inteiro, para isso tenha contribuído. Seja como for, a condição de Fernando Bento enquanto “segredo” português bem guardado, se é de certo modo reconfortante, não traduz a sua verdadeira dimensão.
Refira-se, a terminar, que Fernando Bento teve também uma notável carreira como ilustrador, mas, mesmo quando essas ilustrações têm uma qualidade muito acima da média (como algumas feitas para passagens de “Os Lusíadas”), nota-se que falta qualquer coisa, como se a imagem isolada “pedisse” a presença de outras imagens, uma sequência de momentos. Não admira. É que Fernando Bento foi, acima de tudo, um (grande) autor de banda desenhada.