O verão começou e apetece tomar um banho de música ao ritmo de algumas das melhores bandas que enfrentam o nosso país em tempos de crise. O Super Bock Super Rock, o mais antigo festival português de música moderna a realizar-se ininterruptamente, fugiu da confusão da capital e instalou-se confortavelmente junto à Praia do Meco, em Sesimbra. A programação vale a viagem… e até a poeira. Continua a ter um dos melhor cartazes, entre os festivais de rock, ao lado do Optimus Alive e de Paredes de Coura (cuja realização este ano ainda não é certa). O dia mais forte é o último, sábado, dia 7. Peter Gabriel é um cabeça de cartaz habituado a encher estádios mas pouco visto em festivais de verão. O veterano inglês, fundador dos Génesis, atua com a New Blood Orchrestra, e expressa o trabalho que tem feito com música das diferentes etnias, nas últimas duas décadas. A não perder, Regina Spektor, uma das mais criativas escritoras de canções da atualidade, com uma voz de uma versatilidade incrível. St. Vincent, ou seja, Annie Erin Clark, outra menina bonita da cena indie, com brilhantes canções. Aloe Blacc também está de volta, aquele que é uma das grandes sensações do soul-funk de 2011. Ainda no mesmo dia, a não perder o pop de Permume Genius, próximo de Sufjan Stevens, e ainda a música portuguesa de Jorge Calado e Vauhagn.
O dia de abertura, 5, é dominado pelo pop eletrónico dos Hot Chip, uma das bandas de que mais se tem falado nos últimos anos. De resto o dia é marcado por vários projetos indie, como os Bat For Lashes (alterego de Natasha Khan) ou os nova-iorquinos Battles. Muitos estarão à espera do rock britânico dos Bloc Party. Para o dia 6, a estrela é Lana Del Rey, a nova voz da indie britânica que se tornou um fenómeno de popularidade e mediatismo. Mas há mais: um revivalismo eletro-punk dos nova-iorquinos The Rapture; M.I.A., uma espécie de discípula indie de Madona; o rock britânico de The Horrors; o rock’n’blues de Hanni el Khatib; ou a música portuguesa dos Wraygunn e Supernada.
Em Oeiras, decorre, como já vai sendo hábito, o Cool Jazz Festival, que rompe com a lógica habitual dos festivais de verão, em que há um aglomerados de concertos em dois ou três dias, sendo um somatório de espetáculos em locais e dias separados. Com uma visão muito lata de jazz, onde cabe quase tudo, aposta em algumas estrelas. A primeira é Sting, que atua já no dia 29 de junho, no Parque dos Poetas. A primeira parte é de James Walsh. No dia 4 de julho, nos Jardins do Marquês de Pombal, o regresso do coletivo cubano Buena Vista Social Club, tendo como grande estrela Omara Portuondo. Na primeira parte, aquela que pode ser a melhor surpresa do Cool Jazz, o irresistível soul de Michael Kiwanuka. Sempre no mesmo local, segue-se o veterano Al Jarreau (dia 8); Lizz Wright e Raul Mídon (dia 19), Pablo Albóran com Carminho (dia 21) e, para fechar com chave de ouro, finalmente o jazz por um dos seus mais inventivos criadores: a guitarra de Pat Metheny, com Chris Potter, António Sánchez e Ben Williams (dia 22).
Na Ericieira, dá à costa o Sumol Summer Festival, cuja grande estrela é o rapper brasileiro Gabriel, o Pensador, que atua dia 30. O resto da programação é dominado pelo reggae. No mesmo dia, Barrington Levy, Soja e Bennie Man. Na véspera, dia 29, os americanos Alfa Blondy, os brasileiros Ponto de Equilíbrio, Richie Campbell, Sellah Sue e Mercado Negro. O Sumol começa no dia 28, com uma welcome party. A editora Meifumado criou, em Braga, o seu próprio festival, com PZ e La La Ressonance (dia 29) e Gutanaki e Old Jerusalem (dia 30).
Entretanto, os Jardins de Serralves recebem a 21.ª edição do Jazz no Parque. O saxofonista Marty Ehrlich atua, no dia 7, pelas 18 horas, com o seu quarteto. A Lisbon Underground Music Ensemble, composta por mais de dez músicos, sobe ao palco dia 14. No dia seguinte, 15, uma homenagem a Bernardo Sassetti, com o concerto pelas Mãos de Bernardo, com Alexandre Dahmen, Daniel Bernardes, Gonçalo Moreira, Ricardo Pinto, Sérgio Rodrigues, Zé Eduardo, Carlos Barretto e André Sousa Machado. O falecido músico é ainda o tema de uma mesa redonda, dia 14, com Pedro Moreira, Zé Eduardo, Carlos Barreto, Alexandre Frazão e Manuel Jorge Veloso. Para terminar, dia 21, o Brassdrumbone de Ray Anderson, Mark Helias e Gerry Hemingway.