A portuguesa foi uma das artistas convidadas a criar uma obra “encomendada” por habitantes de bairros limítrofes de Paris, os quais foram consultados pela autarquia, no contexto das obras de reabilitação urbana ligadas à extensão da linha do elétrico.
“A Câmara de Paris lidera o processo, mas os habitantes apresentaram um caderno de encargos e pediram uma obra muito acolhedora e que trouxesse alegria”, afirmou Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris, indicando que a obra deverá estar concluída antes da inauguração da linha T3 do elétrico, prevista para o último trimestre de 2018.
Joana Vasconcelos vai trabalhar com residentes do centro social “Maison Bleue Porte Montmartre”, do 18.º bairro da capital francesa, e “é a artista que mais avançou no projeto e no intercâmbio com a população”, continuou Hermano Sanches Ruivo, adiantando que, “neste outono, devem ser apresentados os primeiros esboços” do trabalho.
O vereador sublinhou tratar-se de “um projeto inovador, porque envolve os cidadãos de Paris” que foram consultados sobre “o que gostariam que fosse mudado”, no âmbito das obras de reabilitação urbana.
“A Joana faz parte das artistas que a Câmara de Paris reconhece e que já apoiámos. Por exemplo, quando a obra `A Noiva` foi rejeitada para a exposição do Palácio de Versalhes, conseguimos expô-la no Centquatre. É mais uma marca lusófona que vai ficar na cidade de Paris, além de, por exemplo, o Vhils, que já tem umas paredes”, afirmou à Lusa.
Joana Vasconcelos já tinha exposto no Palácio de Versalhes, entre 18 de junho e 30 de setembro de 2012, tendo sido uma das cinco exposições mais visitadas em Paris, nos últimos cinquenta anos, com 1,6 milhões de entradas, segundo o jornal Le Figaro.
A artista foi a primeira mulher e a mais jovem criadora a expor naquele palácio, onde também passaram obras do artista norte-americano Jeff Koons e do artista japonês Takashi Murakami.
Nascida em Paris, em 1971, Joana Vasconcelos vive e trabalha em Lisboa.
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