Nas paredes do Bairro Padre Cruz – bem como noutros locais da cidade -, irão surgir obras de artistas como os espanhóis Aryz e Borondo, os portugueses Pariz One, Bordalo II, Mr.Dheo, Uber, Draw, Nomen, Tamara Alves e Mário Belém, o francês Mathieu Trembelin e a dupla holandesa Telmo e Miel.
Até 15 de maio vão passar pelo Bairro Padre Cruz, onde vivem cerca de oito mil pessoas, mais de 30 artistas nacionais e estrangeiros, que ali deixarão obras de arte pública.
Além de se poder ver estes e outros artistas a trabalhar, é possível apreciar-se algumas obras já terminadas, de Vanessa Rosa e Jhon Douglas, Nomen e Tinta Crua, bem como duas exposições de fotografia.
As obras estão assinaladas num mapa disponibilizado no Centro Cultural de Carnide, ponto de informação do festival.
“Temos também ‘workshops’ de arte urbana, visitas guiadas, concertos, cinema, uma conferência internacional, a decorrer na sexta-feira, com os grandes nomes dos festivais de arte urbana cá para partilhar as suas experiências, e animação de rua. As associações locais muito nos ajudaram a conceber e a completar o programa”, disse à Lusa Inês Machado, da Galeria de Arte Urbana (GAU) da Câmara de Lisboa, que organiza o Muro em parceria com a Junta de Freguesia de Carnide.
A maioria das atividades acontece ao fim de semana. O primeiro já passou, mas ainda haverá mais dois (dias 7 e 8 e 14 e 15 de maio) antes de o festival terminar.
Mais do que atrair turistas ao bairro, a organização quis envolver no festival os que vivem na zona.
“Neste tipo de projetos nem sempre o que nos interessa é o resultado final, porque temos a certeza de que o resultado final é formidável, que vamos ficar com o bairro e a freguesia muito mais colorida e muito mais bonita. Mas o que nos interessa é o processo de construção do próprio festival, envolver as pessoas valorizando este território”, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa.
“Não é um conjunto de artistas que entra no bairro e vem fazer alguma coisa para o bairro, vem fazer alguma coisa com o bairro. Quando as pessoas são parte ativa dos projetos, quando a sua participação é valorizada e incentivada, as pessoas envolvem-se”, afirmou o autarca.
A escolha do Bairro Padre Cruz como “epicentro” do festival não aconteceu por acaso.
“É um território situado na periferia da cidade e interessava-nos muito trabalhar estas zonas. Por outro lado, a própria configuração arquitetónica do bairro, que se presta muito a acolher as intervenções. Há um conjunto alargadíssimo de edifícios e só há uma peça de arte pública no bairro, um monumento ao Padre Cruz. Era uma forma de enriquecer a nível visual a paisagem deste território”, disse Inês Machado.
A programação inclui inúmeras actividades, entre as quais sessões de cinema. Será possível ver, entre outros, o documentário Lixo Extraordinário (8 de Maio às 11h30), exibido no Centro Cultural de Carnide.
No mesmo local, irá decorrer uma conferência internacional nos dias 6 e 7.
Outra actividade gratuita (é necessária inscrição prévia) é o workshop de arte urbana para idosos Lata65. Durante o Muro haverá duas sessões do Lata65, uma no dia 12 de maio e outra no dia 13, ambas às 14h30.
Entre as actividades ao ar livre que irão animar o Bairro Padre Cruz durante o festival contam-se concertos de Benjamin, Farra Fanfarra e Batida, teatro de rua, dança e demonstrações de capoeira e bike trail.
Fora do Bairro Padre Cruz, mas ainda no âmbito do Muro, haverá intervenções, entre outros locais, na Calçada da Glória, na Rua Adriano Correia de Oliveira (na zona de Entrecampos) e no Aeroporto de Lisboa.
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