Tradicionalmente, Baselworld arranca a uma quarta-feira com a jornada dedicada à imprensa e abre as suas portas de quinta-feira até à quinta-feira seguinte, sendo que o fluxo aumenta significativamente durante o fim-de-semana – não só devido à presença de distribuidores, lojistas e jornalistas mas também por causa da afluência do público (curiosos, aficionados e colecionadores). Essa é uma das grandes diferenças entre o Salon International de la Haute Horlogerie e Baselworld – em Basileia qualquer pessoa pode comprar um bilhete e aceder aos vários pavilhões da feira, congestionando significativamente os corredores; em Genebra, o acesso é por convites e acreditação.
A outra grande diferença é mais do que grande: é enorme. No Salon International de la Haute Horlogerie convivem menos de duas dezenas de marcas de um nível não muito díspar. Baselworld é uma autêntica Babilónia, com centenas de marcas expositoras – desde a Rolex à Casio, desde uma manufatura relojoeira de elite como a Patek Philippe até fornecedores de fechos de báscula, desde marcas que fabricam estojos até às que fazem correias. Sem falar da parte da joalharia! Na parte mais puramente relojoeira, o grande tema de Baselworld 2015 são os smartwatches, como se constatou na conferência de imprensa de abertura.
Como é que os smartwatches influenciarão o mercado, como é que a relojoaria mecânica tradicional poderá incorporar eventualmente novas tecnologias, como é que a indústria relojoeira suíça poderá reagir à ameaça de Silicon Valley. Para já, a resposta mais interessante foi a da TAG Heuer – mesmo que ainda não haja produto que se veja: Jean-Claude Biver, responsável do pólo relojoeiro do grupo LVMH (Luis Vuitton Moet Hennessy, proprietário da TAG Heuer, Zenith, Hublot e Bulgari) e CEO da TAG Heuer, deu uma mediática conferência de imprensa com representantes da Google e da Intel a anunciar uma parceria tendo em vista um futuro smartwatch. Trata-se de uma associação de peso para fazer concorrência ao Apple Watch.
Nas tendências, prossegue a insistência no estilo Neo-Vintage que serve de tema central à edição da Espiral do Tempo que está prestes a chegar às bancas: as marcas continuam a inspirar-se em modelos específicos ou estilos do passado para fazerem reedições, recriações e reinterpretações – em edições limitadas ou mesmo gamas completas. A Patek Philippe lançou um modelo aviador de evidente inspiração militar e logo se levantaram vozes em desacordo… mas, mesmo que seja um estilo aparentemente não muito consentãneo com a ideia que se tem da lendária manufatura genebrina, basta ir ao Museu Patek Philippe para se constatar que há uma lógica e uma história por trás do Calatrava Pilot Travel Time em ouro branco!
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