Após as duas primeiras jornadas de apresentações (que podem ser revisitadas aqui e aqui), a melhor de todas as apresentações da edição deste ano do SIHH 2014 teve a assinatura da Vacheron Constantin. Foi uma apresentação sóbria, eficaz, puramente relojoeira e ajudada por um sistema em que, na parede, blocos giratórios com um relógio em relevo recebiam sobre a estrutura várias imagens consoante o respetivo modelo. Simples e genial.
Além disso, as novidades da casa genebrina também foram de monta. Como a manufatura de alta-relojoaria que verdadeiramente lançou a tendência dos Métiers d’Art (que na edição deste ano do SIHH até pareceu algo exagerada por parte de várias marcas), a Vacheron Constantin continuou nessa senda mas, desta feita, centrando-se no trabalho decorativo da esqueletização – não só apresentou modelos esqueletizados, como também cada peça esqueletizada é artisticamente gravada e decorada; por outro lado, os três modelos Métiers d’Art Mécaniques Ajourées apresentam à volta do mostrador ‘openworked’, um anel em esmalte Grand Feu.
Foram também apresentados um Patrimony Traditionelle 14-Day Tourbillon Openworked e um Malte Tourbillon Openworked segundo os mesmos princípios de esqueletização e decoração com espetaculares jogos de luz e sombra, mas a outra estrela da companhia foi sem dúvida o Patrimony Contemporaine Ultra-Thin Calibre 1731 com “o calibre de repetição minutos mais plano do mundo”.
As senhoras foram brindadas com novos modelos Métiers d’Art – os Fabuleux Ornements, com decoração em ‘Renda Francesa’, ‘Manuscrito Indiano’, ‘Arquitetura Otomana’ e ‘Bordado Chinês’.
A histórica Audemars Piguet preferiu concentrar-se na sua linha mais contemporânea – sobretudo dedicou-se à subtil renovação da gama Royal Oak Offshore Chronograph 42 mm, após ter lançado há dois anos os novos Royal Oak Offshore 44 mm. As novidades prendem-se com novos mostradores e a substituição do cauchu pela cerâmica na coroa e botões, que também foram redesenhados.
Mas houve mais novidades com a chancela Royal Oak, sendo a mais espetacular o Royal Oak Concept GMT Tourbillon em titânio e cerâmica branca que segue a vanguardista linhagem dos Royal Oak Concept; a cerâmica branca esteve igualmente em destaque em novas versões do Royal Oak Offshore Chronograph 44 mm e do Royal Oak Offshore Diver. E foram desvelados novos modelos Royal Oak para senhora, incluindo um de 37 mm com mecanismo de quartzo.
Para além da sempre mediática família Royal Oak e Royal Oak Offshore, houve um modelo de alta relojoaria que passou algo despercebido mas que vale a pena salientar: o Millenary Minute Repeater, com uma fascinante complicação acústica a complementar um mostrador descentrado que coloca em evidência o famoso escape AP.
Depois foi a vez de uma marca que estava a suscitar enorme curiosidade pelo facto de ser a primeira edição da Montblanc no SIHH com Jérôme Lambert (que havia sido transferido da liderança da Jaeger-LeCoultre) como CEO. E o certo é que não desiludiu – pelo contrário.
A Montblanc apresentou uma nova coleção com evidente ADN relojoeiro, a Meisterstuck Heritage, que seduziu imediatamente a crítica. Simples e depurada, inclui um dos relógios do certame (o Meusterstuck Heritage Perpetual Calendar), um belo cronógrafo em edição limitada com mecanismo de manufatura (o Meisterstuck Heritage Pulsograph Limited Edition) e ainda vários modelos de base (Meisterstuck Heritage Moonphase, Date Automatic e Automatic).
Também a Star Collection recebeu adições para complementar a oferta de base no catálogo relojoeiro da Montblanc, mas depois há a destacar as chamadas Talking Pieces da marca. A começar pelo Montblanc TimeWalker Chronograph 100, capaz de medir os centésimos de segundo graças a um balanço de alta frequência que completa 360.000 semi-oscilações por hora; o visual é moderno e radical, proporcionando um estilo desportivo espetacular.
O outro exemplar que deu muito que falar foi o Nicolas Rieussec ‘Homage to Nicolas Rieussec’ Limited Edition; o mostrador surge com uma linha perfeitamente horizontal que liga os dois totalizadores e não com o habitual ornamento tipo ‘Bigode Pringles’, mas talvez a maior espetacularidade tenha a ver com a luminescência secreta do mostrador que só pode ser vista no escuro.
Com tantas novidades, quase passava despercebida a novidade da Montblanc na área da alta relojoaria clássica: o ExoTourbillon Chronographe Rattrapante da Collection Villeret 1858. Limitado a 18 exemplares…
Finalmente, a última apresentação teve a assinatura da Baume & Mercier, que fez questão de nos recordar que é uma casa bem antiga e de grande tradição capaz de apresentar também produtos de alta relojoaria. Por isso, e para abrilhantar a linha Clifton e evocar um antigo turbilhão de bolso da marca, lançou um belo turbilhão volante com a abertura às 9 horas.
Para além do modelo turbilhão, foram desveladas várias outras versões destinadas a enriquecer a linha Clifton – desde o modelo cronógrafo até ao calendário retrógrado com reserva de marcha.
O texto completo, respetivas imagens dos novos modelos e reportagens video sobre o SIHH 2014 estão disponíveis no site da Espiral do Tempo. A descobrir aqui