Porque é que o nosso corpo e a nossa mente reagem tão favoravelmente às boas ações? Que processos físicos e psicológicos se desencadeiam para nos transmitirem esta sensação de em estar quando fazemos o bem? Será por isso que há cada vez mais voluntários a atuarem no tecido social e cada vez mais profissionais a utilizarem os seus conhecimentos e as suas técnicas para minimizarem o sofrimento dos outros? Sabe que, para além deste trabalho feito de dedicação e altruísmo, há uma economia social em pleno desenvolvimento e que, embora sem fins lucrativos, cria riqueza e representa já 10% das empresas europeias e 6% do emprego da União? E em Portugal qual é a importância deste terceiro setor (depois do público e do privado), feito de cooperativas, IPSS e misericórdias? Quantas pessoas emprega, que dinheiros movimenta, que outro tipo de negócios alimenta? Quais são os grandes empregadores da economia social no nosso país? E o Estado como fica no meio disto tudo, ajuda ou cria problemas, como tantas vezes acontece? Ainda há vantagens fiscais para os pequenos e grandes mecenas ou a crise pôs (também) fim a este mecanismo de solidariedade? Porque é que no setor privado há cada vez mais empresas a estimularem a participação dos seus trabalhadores em ações de voluntariado? Será tudo uma questão de marketing ou há compensações por via dos recursos humanos que vão muito para além do mero de retorno financeiro imediato?
Será a estas e a muitas outras questões que queremos dar resposta na VISÃO SOLIDÁRIA do próximo dia 24, uma edição especial dedicada às temáticas do voluntariado, do empreendedorismo social e da responsabilidade cívica. E ao falarmos disto daremos também a conhecer projetos inovadores e pessoas que através das suas ações, das suas ideias e das suas histórias nos inspiram a sermos melhores. Cá de dentro e lá de fora.
A VISÃO SOLIDÁRIA nasce por imperativo da situação particular que o nosso país atravessa e também na sequência de inúmeras solicitações que temos recebido para parcerias e iniciativas de divulgação no âmbito da solidariedade. Mas surge também no seguimento de uma política editorial que há muito optou por sensibilizar a opinião pública para as causas sociais. Da edição especial por Timor, em 1999, até à doação, em 2010, de uma percentagem das vendas em banca da nossa revista para ajudar as vítimas do temporal da Madeira, vai um percurso em que procurámos estar presentes e ter uma participação ativa em todos os momentos delicados da nossa vida coletiva. Por isso mesmo, também agora queremos contribuir com a nossa quota parte para minorar as dificuldades dos portugueses mais carenciados, doando 50 cêntimos de cada exemplar da VISÃO SOLIDÁRIA a uma instituição cuja escolha será feita pelos nossos leitores, em moldes a divulgar na próxima edição.
Tomé, o voluntário
O livro conta as aventuras de um jovem que, desde cedo começou a fazer voluntariado. É uma histórias para miúdos e graúdos, onde podemos conhecer muitas formas de ajudar. A autora, a jornalista Cristina Freire, que faz parte da equipa que organizou o Ano Europeu do Voluntariado em Portugal, diz que a ideia lhe surgiu justamente das muitas entrevistas que teve de fazer no âmbito do seu trabalho nesta iniciativa. Editado pela Leya, o livro tem ilustrações de Joana Lino e será distribuído gratuitamente com a VISÃO SOLIDÁRIA, no próximo dia 24.