Por Miguel Seabra
A associação entre Novak Djokovic e a Audemars Piguet não podia ter começado da melhor maneira: foi oficialmente anunciada logo no início do torneio e quinze dias depois o sérvio número um mundial erguia o troféu do Open dos Estados Unidos com um Royal Oak Offshore Diver, enquanto a sua namorada Jelena Ristic celebrava nas bancadas com um exemplar de joalharia da linha Millenary e, do outro lado, Xisca Perello (namorada do rival Rafael Nadal, que usa modelos Richard Mille manufaturados pela Audemars Piguet) exibia um Royal Oak no pulso.
Os aparentemente inócuos parciais 6-2, 6-4, 6-7 e 6-1 são incapazes de traduzir a alta voltagem com que o sérvio e o espanhol se debateram em mais de quatro horas de tremendo desgaste físico, com ambos a concluírem a final completamente grogues – como dois pugilistas à beira do KO. Nunca antes se viu um duelo com uma tal exigência física e houve mesmo vertiginosas trocas de bola em que ambos pareciam sobre-humanos, mas prevaleceu a maior profundidade e agressividade das pancadas mais chapadas de Novak sobre os efeitos de bola do combativo Rafa.
O triunfo do rapaz de Belgrado no mesmo Arthur Ashe Stadium de Flushing Meadows onde havia perdido antes as finais de 2007 (para Roger Federer) e de 2010 (para Rafael Nadal) foi o corolário para uma época absolutamente notável e que é já uma das temporadas melhor sucedidas de sempre no ténis profissional: dos quatro torneios do Grand Slam, só lhe escapou Roland Garros (perdeu nas meias-finais com o mesmo Federer contra quem teve de salvar dois match-points nas meias-finais do US Open) e o facto de ter logrado o chamado mini-Slam coloca-o a par de somente seis outros jogadores na história do ténis profissional que também ergueram três troféus do Grand Slam num mesmo ano: Rod Laver (1969), Jimmy Connors (1974), Mats Wilander (1988), Roger Federer (2004, 2006, 2007) e Rafael Nadal (2010).
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