Passa pouco das 8 e meia da manhã e cheira a torradas acabadas de fazer quando se sai da casa de banho das mulheres. Ainda há pouca gente acordada no Parque. Para quem está estacionado na zona das autocaravanas, corta-se na primeira à esquerda para se chegar aos sanitários; na segunda, para se ir para o café, ao supermercado, à peixaria ou à padaria; e, seguindo em frente, vai-se dar à zona norte.
O parque, pertença do Clube de Campismo e Caravanismo de Torres Vedras, tem uma área gigante e está organizado por ruas principais, alcatroadas. À entrada, um mapa gigante mostra tudo o que lá se pode encontrar – é uma cidade em ponto pequeno, mas com muros e cancela, uma espécie de condomínio onde as crianças podem andar à vontade de bicicleta. Das ruas principais sai uma quadrícula de ruas secundárias de chão de gravilha, cada uma dividida em rectângulos delineados por estruturas metálicas e um toldo verde. No último inverno, o temporal na região oeste reduziu a parte mais alta do parque a uma amálgama de ferro. Mas hoje está tudo novo, estruturas e toldos, num brinquinho, o que muito orgulha os seus clientes.
Paga-se 32 euros por mês por parcela de terreno. Além da caravana, é permitido colocar o acrescento da cozinha. A decoração é livre. Há tapetes a imitar relva no chão, lavatórios antigos ao lado da mesa exterior, canteiros de flores verdadeiras e jarras de flores de plástico.
Basta sairmos da autocaravana para alguém meter conversa. E quando vamos pagar a nossa estadia – atenção que o parque é só para quem tem carta de campista -, a receção está cheia de pessoas que vão liquidar os três meses do verão. As rececionistas tratam quase toda a gente pelo nome, sinal de que na verdade isto não é uma cidade, mas uma grande aldeia. Talvez por isso cada parcela de terreno se chame alvéolo. Na aldeia respira-se melhor.
Clube de Campismo e Caravanismo de Torres Vedras
Avenida Joaquim Agostinho,
Praia de Santa Cruz,
Tel. 261 930150/ 969 653 662