Por Miguel Seabra
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Desde 1917 que o maior certame de relojoaria e joalharia se realiza em Basileia – e não pára de crescer. A edição deste ano acabou de encerrar sob um clima bem contrastante com o da realidade portuguesa: o do optimismo.
Face a um total de 1892 marcas expositoras, a afluência subiu e a adesão da imprensa também, apesar de o tradicionalmente forte contingente japonês ter sofrido baixas devido a catástrofe que se abateu sobre o país e de se registar também um decréscimo entre alguns clientes árabes face à instabilidade política. Nos corredores da feira, sobretudo nas partes afectas à relojoaria, dois vectores eram constantemente sublinhados e inter-relacionados: o peso da ‘nova’ clientela chinesa e a sua influência nas tendências estilísticas.
No que diz respeito à relojoaria, o novo mercado chinês ainda anda à procura de enriquecer o seu conhecimento e de descobrir novas fronteiras relojoeiras, pelo que primariamente solicita um tipo de produto mais clássico e de complicações simples em formatos médios. Ou seja, para além da reacção natural dos vários mercados aos anos de excesso dominados pelos ‘Óvnis relojoeiros’ e à loucura do bling bling sobredimensionado, os tempos apertados da economia mundial conduziram a um maior recato e, ao mesmo tempo, o peso do mercado chinês reforçou essa tendência – pelo que se verifica mesmo um regresso ao classicismo: modelos clássicos (inspirados nas décadas do Art Déco nos anos 20 e 30, ou nos anos 50 e 60), com mostradores em guilloché, não muito grandes, com pequenas complicações interessantes e simples de deslindar… sem esquecer as inúmeras reedições históricas e reinterpretações de modelos do passado.
As mulheres chinesas também parecem interessar-se pela relojoaria mecânica, pelo que também houve muitos modelos femininos criados para satisfazer esse apetite.
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