Há três anos, Clara Raposo foi a primeira mulher eleita presidente do ISEG. Metade desse tempo foi vivida em pandemia. Semanas depois de o Instituto Superior de Economia e Gestão fazer 110 anos, a sua dean fala sobre os desafios de adaptação que a Covid-19 trouxe às universidades, o que espera da recuperação da economia nacional e também do trabalho que ainda é preciso fazer para garantir uma Economia com maior diversidade de vozes. “Em muitas reuniões onde vou, sou a única mulher ou há poucas mulheres presentes”, sublinha à VISÃO.
Todas as instituições tiveram de se adaptar à pandemia. Como correu no ISEG?
Foi uma loucura no início. A Universidade de Lisboa, e o ISEG, até foram dos primeiros a fechar. São datas que eu não esqueço. A 10 de março de 2020 foi decidido: “Vamos deixar de funcionar assim.” Tínhamos zero experiência de funcionamento online e em três dias aprendemos e colocámos tudo a funcionar online. Apesar das preocupações com questões de saúde e as dificuldades de alguns alunos em ter os meios necessários para acompanhar as aulas, os primeiros seis meses foram um período de grande transformação. Tive oportunidade de experimentar coisas que, de outra maneira, nunca teria conseguido naquela escala.