São 54 os painéis que compõem a exposição deste ano. Neles estão as 122 imagens selecionadas pelo júri do World Press Photo premeia o “melhor do fotojornalismo que se faz no mundo”, como referiu Mafalda Anjos, diretora da VISÃO, na inauguração do evento. Estas fotografias, que contam grandes histórias em grandes imagens, espelham o que foi o ano de 2022 – as fotos são sempre referentes ao ano anterior. “Foi um ano intenso, com muitos conflitos, protestos no Irão, migrações, crise de refugiados ou alterações climáticas”, notou a diretora da VISÃO. A edição de 2023, conta, pela terceira vez, com a parceria com o Município de Oeiras, e vai estar em exibição no Parque dos Poetas, ao ar livre e com entrada gratuita, até 20 de janeiro.
Os vencedores deste ano, escolhidos entre milhares de participantes, destacam a crise climática, o impacto da guerra sobre os civis, os migrantes ou a importância da fotografia de imprensa em todo o mundo.
O primeiro lugar – a Foto do Ano – vai para um cenário de Guerra, com o fotógrafo ucraniano Evgeniy Maloletka a mostrar-nos o sofrimento humano causado pela invasão russa da Ucrânia numa única imagem, aquando do cerco a Mariupol. Iryna Kalinina (32 anos), grávida e ferida, é transportada de maca de uma maternidade bombardeada. Mãe e filho acabariam por morrer.

A História do Ano é do dinamarquês Mads Nissen, que não esquece o povo do Afeganistão que vive sob a liderança dos Talibãs desde 2021 e com falta de ajuda internacional.
Francisco Rocha Gonçalves, vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, esteve presente no dia inaugural. O edil, depois de ver as fotografias expostas, fez notar que “as mulheres não estão suficientemente retratadas”, acrescentando ainda que “as mulheres são quem mais sofre, seja nos conflitos ou no moderno mundo ocidental”, já que “são mais mal pagas, mesmo quando fazem o mesmo trabalho do que os homens”.
Criado em 1955 pela organização homónima e sem fins lucrativos, o concurso World Press Photo premeia, anualmente, fotografias que dão a conhecer ao público questões e momentos cruciais que marcam a atualidade de povos e de sociedades em todo o mundo e que se repercutem além-fronteiras, com consequências à escala global. Veja algumas das melhores fotografias do ano.

A 66.ª edição da World Press Photo está patente na Alameda do Parque dos Poetas, com acesso pelo Templo da Poesia. As fotografias vencedoras estão expostas na Alameda do Parque dos Poetas, junto ao Anfiteatro Almeida Garrett, de segunda a domingo, das 10 horas às 20 horas. A entrada é livre.
Workshops de fotografia gratuitos
Aos sábados à tarde, em paralelo com a exposição, o público poderá participar em três workshops de fotografia, ministrados por fotógrafos e fotojornalistas de renome:
6 de janeiro – Fotografia de retrato, com Arlindo Camacho, fotógrafo e colaborador da VISÃO e PRIMA.
13 de janeiro – Fotografia de viagem – África de bicicleta, com Daniel Rodrigues, fotógrafo premiado na World Press Photo em 2015.
20 de janeiro –A mulher na fotografia, com Lucília Monteiro, repórter fotográfica da VISÃO.
As inscrições podem ser feitas através da ficha inscrição (aqui) e presencialmente, no próprio dia, no Templo da Poesia, uma hora antes do início do workshop. A participação está limitada à capacidade da sala onde se realizará a iniciativa.

Para esta edição concorreram 3 752 fotógrafos de 127 países, tendo sido inscritas 60 448 imagens. Um júri independente, formado por 31 membros qualificados e oriundos de todo o mundo, escolheu os vencedores de cada lista de finalistas regionais, bem como os vencedores gerais de cada categoria. Em 2023, além das seis menções honrosas, foram premiados 30 fotógrafos de 23 países: África do Sul, Alemanha, Argentina, Arménia, Austrália, Bélgica, China, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, Equador, Egito, Filipinas, França, Grécia, Irão, Itália, Marrocos, México, Myanmar, Peru, Ucrânia, Venezuela.
