Uma confissão prévia: somos daqueles que gostamos de ler em papel. Sim, trabalhamos dias inteiros com ecrãs – são testes a televisores, portáteis, smartphones… –, mas para ler o conteúdo de um livro, jornal ou revista ainda temos o papel como rei. Somos uma espécie em vias de extinção, poderá pensar (e bem). Serve isto para confessar uma renitência aos e-readers. Nada contra o produto em si, é mesmo uma questão de preferência. Mas eis que temos em mãos as 1184 páginas de Pessoa: Uma Biografia, escritas por Richard Zenith, e damos por nós a desejar uma maneira mais confortável de ler esta empreitada. Voilà, recebemos o Kobo Libra Colour para testar.
O mais recente e-reader da Kobo destaca-se por ser dos primeiros da marca com um ecrã e-ink a cores. Com sete polegadas e um brilho altamente personalizável, é tátil e as cores tornam a leitura dos conteúdos mais aprazíveis (chegámos a ler nele conteúdos digitais da edição passada da Exame Informática). Mas esta funcionalidade cromática tem algumas nuances. Para começar, não espere a vivacidade nos tons dos painéis que encontra em telemóveis ou portáteis – aqui são mais esbatidos. Depois há que ter em conta que o Libra não dá cor a páginas monocromáticas, se elas forem concebidas para preto e branco (como na maioria dos livros) é assim que serão exibidas. Já as capas são exibidas a cores. Ou seja, provavelmente, irá tirar menos proveito das cores do que julga à partida, mas reconhecemos que esta característica acaba por ser muito útil quando estamos a tirar notas, fazer sublinhados ou destacar palavras – aí sim, as páginas acabam por ficar bem coloridas.