Não é segredo para ninguém que a Mazda tem uma opinião muito crítica sobre a regulamentação europeia contra as emissões poluentes dos automóveis. O que se nota na forma como a marca japonesa tem sido lenta na transição energética. Aliás, a Mazda é das poucas marcas que continua comprometida com o desenvolvimento do motor de combustão a longo prazo, tendo vindo a apresentar soluções técnicas para melhorar a eficiência desta tecnologia. A verdade é que se sente que a Mazda só está nos elétricos porque a isso foi obrigada. O único 100% elétrico da marca, o Mazda MX-30, está longe de impressionar em aspetos como aceleração, autonomia ou aproveitamento do espaço. Aliás, os capôs longos são um dos elementos do design fluido da Mazda. E, como sabemos, nos carros criados de raiz para serem 100% elétricos, os capôs tendem a ser curtos (os motores elétricos são muito mais compactos que os motores térmicos), para se potenciar o espaço a bordo.
E pode ser por aqui que começamos: o CX-60 tem um capô longo e uma frente imponente, onde sobressai a grelha enorme. Aliás, como adeptos confessos do trabalho dos designers da Mazda, anunciamos a nossa desilusão com o CX-60. Gostos são gostos, mas o CX-60 não nos parece equilibrado. A frente e a traseira quase que parecem de carros diferentes. O tal capô (exageradamente) longo faz com que o carro aparente ser um grande SUV, mas acaba com espaço interior, sobretudo na mala, mais próximo de um SUV médio. Não é que não haja espaço para os ocupantes – há e é generoso – mas a relação entre espaço exterior e interior desilude um pouco. E vai contra a tendência atual.