
Pac-Man, ou “Come-Come” como, em tempos, os portugueses lhe chamaram, está em vias de regressar ao mundo dos videojogos. Ainda não se sabe bem todos os detalhes desta nova versão que deverá correr na Internet, mas há pelo menos um pormenor que já é conhecido: a nova versão do clássico vai contar com tecnologia de proteção contra ataques de hackers e cópias de piratas que foi desenvolvida pela portuense Auditmark. «Acabámos de fechar o negócio com a Bandai Namco para fornecimento da mais recente versão do JScrambler», informa Pedro Fortuna, diretor de tecnologias da startup portuense, quando inquirido pela Exame Informática.
Com a JScrambler, a Auditmark tem vindo a explorar o mercado da segurança das aplicações e sites de Web, através de funcionalidades de ofuscação de linhas de código.
Na versão 3.5 do JScrambler, o principal destaque vai para a estreia da funcionalidade de autodefesa de códigos produzidos em Javascript e HTML5. Pedro Fortuna garante que se trata de uma ferramenta inédita: «Com a autodefesa, adicionamos funcionalidades que permitem que o próprio código de uma aplicação ou de um serviço Web possa detetar qualquer alteração que tenha sido feita, por mais insignificante que seja. Assim que é detetada essa alteração, a execução do programa é interrompida».
Segundo o responsável da Auditmark, com a versão 3.5 do JScrambler, a mais recente vulnerabilidade do Whatsapp, que permite que um hacker descarregue os históricos de conversações por chat dos utilizadores, nunca teria ocorrido. «Qualquer tentativa de alterar um código de uma aplicação teria sido impedida», garante Pedro Fortuna.
A adulteração de códigos pode ser usada para ludibriar internautas através de réplicas de sites e aplicações, ou na inserção de componentes maliciosos que permitem desviar informação sensível dos utilizadores de um site ou de uma plataforma Web.
Técnicas como a ofuscação de códigos, as funcionalidades de autodefesa ou ainda a restrição de alterações provenientes de determinados endereços da Web prometem dificultar o trabalho dos hackers. «O produtor tem sempre responsabilidade sobre o que acontece com a aplicação. E por isso tem de usar os mecanismos necessários para garantir que a solução fica blindada», acrescenta o responsável da Auditmark.
A startup portuense, que acaba de receber capital de investimento da Portugal Ventures, tem no JScrambler o principal produto. O JScrambler conta atualmente com 9000 utilizadores em 127 países – de «free lancers a grandes empresas», conclui Pedro Fortuna.