Pat Gelsinger saiu da liderança da Intel abruptamente no ano passado e foi substituído interinamente por David Zinsner e Michelle “MJ” Johnston Holthaus. Agora, a Intel anuncia Lip-Bu Tan para o cargo de diretor executivo (CEO) e para assumir as rédeas da empresa. Tan é um veterano da indústria dos semicondutores, com experiência em hardware e software, já fez parte do conselho de administração da Intel, mas saiu em agosto de 2024. Na altura, a saída foi justificada publicamente como uma decisão pessoal de Lip-Bu Tan, mas surgiram rumores de que o executivo estava frustrado com a cultura e a estratégia avessa ao risco da tecnológica norte-america.
Agora, Lip-Bu Tan afirma que “a Intel tem uma plataforma de computação poderosa e diferenciada, uma vasta base de clientes instalados e uma pegada de fabrico robusta que está a ficar cada vez mais forte à medida que construímos o plano de lançamentos de tecnologia. Estou ansioso por juntar-me à empresa e construir sobre todo o trabalho que a equipa da Intel tem estado a produzir para posicionar o nosso negócio para o futuro”, cita o Engadget.
No passado, Lip-Bu Tan passou uma década como CEO da Cadence Design Systems, 19 anos como membro do conselho de administração da Intel e tem historial de investimentos, como fundador da Walden Catalyst Ventures. Lip-Bu Tan conta ainda com passagens, em diferentes posições, por empresas como a Hewlett Packard Enterprise (HPE), Schneider Electric, Credo, SambaNova Systems, entre outros nomes.
A Intel tem atravessado, nos últimos anos, uma fase crítica do negócio, que tem levado, inclusive, ao despedimento de milhares de funcionários. Conhecida pelo fabrico de unidades de processamentos centrais – os chamados CPU –, a Intel perdeu relevância no sector dos chips de computação numa altura em que são as unidades de processamento gráfico (GPU) que estão a ter uma elevada procura devido à ‘explosão’ do sector da Inteligência Artificial – o que por sua vez tem catapultado a rival Nvidia para resultados e valorizações históricas.
Os próprios CPU da Intel têm vindo a perder alguma relevância, como mostram os exemplos da Apple ter criado os seus próprios processadores baseados numa arquitetura diferente (ARM) e de os equipamentos Windows estarem a tentar fazer o mesmo caminho, com os portáteis Copilot+.