A Google Cloud denuncia que as práticas da Microsoft no segmento da computação na cloud podem prejudicar as tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial generativa. Recorde-se que quer Microsoft, quer Amazon estão a ser alvo de escrutínio neste tema no Reino Unido, na União Europeia e nos EUA. Agora, o vice-presidente da Google Cloud Amit Zavery afirmou numa entrevista que “preocupamo-nos sobre a Microsoft querer flexibilizar a sua prática de uma década onde tiveram muito monopólio no software instalado localmente antes e queiram agora empurrar isso para a cloud (…) Estão a criar este jardim com cercas, completamente controlado e detido pela Microsoft, em que se os clientes quiserem fazer qualquer coisa, têm de ir através da Microsoft”.
O executivo foi mais longe e explica que “se a Microsoft não permanecer aberta, teremos complicações e problemas de longo prazo, mesmo em tecnologias de próximas gerações, como a IA, porque a Microsoft está a forçar os clientes a irem para o Azure de diversas formas”, pedindo que os reguladores atuem e providenciem orientações para o mercado, explica a Reuters.
A Microsoft desvalorizou estes argumentos “como os dados independentes mais recentes mostram, a competição entre hyperscalers da cloud continua saudável. Em 2023, a Microsoft e a Google fizeram pequenos ganhos relativamente à AWS, que continua o líder global do mercado com uma margem significativa”.
Zavery criticou ainda a postura de negociação da Microsoft com os fornecedores de serviços de cloud mais pequenos, dizendo que estas negociações ignoram o problema maior: “a Microsoft tem sido muito inteligente, escolhendo vendedores individuais que se queixaram e fazendo negócios, mas sem resolver o problema maior. Assim, conseguem escolher os vencedores e os perdedores, pelo que estão mais ou menos a escolher com quem querem competir”.