Os Prémios Os Melhores & As Maiores do Portugal Tecnológico atribuídos pela Exame Informática, com apoio da VISÃO, distinguem as personalidades, inovações, marcas e organizações que mais se distinguiram em Portugal na área da tecnologia.
Na 17ª edição dos prémios, o júri, presidido pelo Professor Arlindo Oliveira, decidiu por unanimidade atribuir a distinção Personalidade do Ano a Pedro Santa Clara.
Júri do prémio Personalidade do Ano
Arlindo Oliveira (presidente do júri), Professor IST, Presidente INESC
Cristina Fonseca, General Partner – Indico Capital Partners
Isabel Vaz, CEO Luz Saúde
Sérgio Magno, Diretor Exame Informática
Sonhador, dado a devaneios, com ideias extravagantes. Assim são os visionários para o dicionário Priberam. E assim é Pedro Santa Clara para nós. Especialista em Finanças, professor, investigador, já lecionou nas principais escolas de gestão a nível mundial, como o INSEAD, em França, e a UCLA, na Califórnia. Depois da temporada no estrangeiro, lançou-se na missão algo louca de angariar 50 milhões de euros em doações para construir o campus de Carcavelos da Nova SBE. Com grandes e pequenos contributos, a obra fez-se e o edifício foi inaugurado em 2018.
Para esta empreitada, constituiu uma equipa que acabou por dar origem a uma empresa, a Shaken not Stirred, focada em projetos relacionados com a educação. No verão de 2020, em plena pandemia, abre em Lisboa a Escola 42, uma forma completamente diferente de aprender, o primeiro grande projeto da Shaken. Criada em Paris, há pouco mais de dez anos, esta escola de programação baseia-se num método de aprendizagem autónoma e gamificada da programação, sem horários e sem propinas, graças ao mecenato empresarial que suporta todos os custos de operação.
“Começa a haver a perceção, mesmo no ensino tradicional, de que vai acontecer uma revolução tecnológica na Educação, nos próximos anos, e de que vão ter de puxar pela cabeça sobre como usar a tecnologia para melhorar a experiência pedagógica”, disse em entrevista à revista Exame, a propósito da inauguração da 42, no ano passado, no Porto.
Com escolas a funcionar nas duas maiores cidades do País – sendo o maior desafio manter os alunos até ao final do programa, dado o assédio por parte das tecnológicas que começam a fazer propostas de emprego ao fim de três meses de curso – Santa Clara avançou para um novo projeto educacional, desta vez em Coimbra e orientado para jovens dos 12 aos 18 anos. Inspirado num modelo criado na Arménia, o Tumo Coimbra será apenas o primeiro de um programa pensado para chegar a todo o país, oferecendo competências digitais aos alunos, em que cada um segue o seu próprio ritmo.
Novamente, foram as empresas a acreditar na visão de Pedro Santa Clara, que hoje se apresenta como um empreendedor social, e a avançar com os sete milhões para as operações e reabilitação do edifício dos correios onde funciona o Tumo Coimbra. Neste centro de tecnologia, complementar à educação tradicional, voluntário e gratuito, prevê-se que os alunos passem quatro horas por semana desenvolvendo um portefólio de projetos em três áreas, escolhidas de um conjunto de possibilidades e que incluem escrita criativa, música, desenho, fotografia, cinema, animação, programação, robótica. “Existe uma necessidade de qualificar a próxima geração para o mundo digital”, disse na inauguração do Tumo, a 28 de outubro. É isto que o move.