A Google não quer que as informações que retém sobre os utilizadores e os seus hábitos sejam usadas para criar um rasto digital quando estes visitam localizações sensíveis, como clínicas de aborto. Na sexta-feira, a empresa anunciou que vai passar a apagar a informação destas visitas, como forma de proteger a privacidade de cada um e de não ter dados para passar caso as autoridades os solicitem, através de mandatos judiciais.
Com o Supremo Tribunal dos EUA a decidir que o direito ao aborto deixa de estar garantido à luz da Constituição, os estados podem individualmente definir a sua posição face à interrupção voluntária da gravidez, com alguns destes a optarem por considerar o ato ilegal. Assim, as autoridades podem requerer este tipo de dados das tecnológicas para perseguir os cidadãos que optem pelo aborto.
A Google relembra que, por defeito, o histórico de localizações está desligado nas contas dos utilizadores. Neste anúncio, a empresa afirma que vai continuar a combater os pedidos demasiado abrangentes de dados sobre os utilizadores feitos pelas autoridades, sem referir especificamente os casos de abortos.
A informação de localização que estiver a ser guardada e que mostre visitas a clínicas de abortos, centros de fertilização ou instalações de tratamento de adições vai passar a ser apagada pouco tempo depois da visita. A empresa tecnológica não refere como é que vai identificar os utilizadores que façam estas visitas, nem se a informação vai ser completamente eliminada dos servidores.