Investigadores analisaram milhares de grupos de WhatsApp para monitorizar como o spam era distribuído, concluindo que 10% das mensagens em circulação eram indesejadas e atuavam como o spam de email: clickbait, conteúdos para adultos e endereços URL ocultos. Para colocar travão na situação, a equipa multidisciplinar criou um conjunto de ferramentas que preserva a privacidade dos utilizadores e pode atuar mesmo sem intervenção de terceiros para inspecionar os conteúdos.
O professor Nishant Sastry, co-autor do estudo e docente na Universidade de Surrey, explica que “as plataformas de mensagem como o WhatsApp e o Signal são cada vez mais importantes porque são rápidas e tornaram-se norma na forma como o mundo comunica com a família e amigos, ao mesmo tempo que nos mantêm informados sobre o que se passa no mundo. Assim, é importante que os utilizadores tenham acesso a ferramentas que protegem a sua privacidade e impeçam que estejam vulneráveis a atores maliciosos que querem causar dano ou espalhar desinformação”, cita o EurekAlert.
“A encriptação ponto-a-ponto é uma tecnologia vital para assegurar a privacidade dos utilizadores. No entanto, a sua introdução significa que certos serviços, como os filtros de spam, são mais difíceis de implementar. Este projeto é um dos primeiros a oferecer técnicas robustas que ajudam os utilizadores a moderar os seus feeds de mensagens, sem terem de comprometer a privacidade”, afirma Gareth Tyson, outro dos autores do estudo.
Ainda não se conhecem grandes detalhes sobre a solução, que será apresentada na World Web Conference esta semana, e que contem tecnologia de deteção de discursos de ódio em espaços digitais.
O trabalho de investigação e desenvolvimento contou com a colaboração da Universidade de Surrey, do King’s College de Londres, da Telefonica Research, da Universidade Queen Mary de Londres, da Universidade de Ciência de Hong Kong e da Universidade de Rutgers.