A cidade de Shenzen, com 17,5 milhões de habitantes, é considerada o centro tecnológico da China. As autoridades estão a braços com o que consideram ser um surto de Covid-19 e decretaram o confinamento obrigatório que só deverá terminar a 20 de março. Todas as atividades não essenciais presenciais devem ser suspensas, com o regime de teletrabalho a ser obrigatório sempre que possível. As organizações que lidam com entregas de medicamentos, comida e combustível podem continuar a operar, mas todas as restantes devem passar para o trabalho remoto.
E as consequências já se fazem sentir: a Foxconn, um dos maiores produtores mundiais de smartphones e outros equipamentos de eletrónica, já anunciou que duas das suas principais fábricas vão parar. Esta decisão poderá afetar a Apple e a Samsung, duas das tecnológicas que trabalham diretamente com o fabricante chinês. Mas há outras empresas, como a Huawei e a Oppo, que também têm fábricas na região de Shenzhen e que terão de parar as operações.
Além do impacto direto nas fábricas de produção de equipamentos de eletrónica, Shenzhen é ainda casa para um dos maiores portos do mundo, o de Yantian. Já em junho do ano passado, a região de Shenzhen tinha estado em confinamento, o que segundo a publicação Fortune teve um impacto na entrega de produtos tecnológicos que demorou meses a estabilizar.
A confirmação do confinamento na região chinesa é feita pela Associated Press que noticia o surgimento de 60 novos casos de Covid-19 no domingo, números que foram suficientes para o governo decretar o encerramento total da cidade. De acordo com as normas na China, os cidadãos vão ser sujeitos a três rondas de testes. Para evitar a propagação, os serviços de autocarros foram encerrados na região.
Este não é o primeiro confinamento naquela cidade e não parece que venha a ser o último, com as consequências de parar um importante hub financeiro e tecnológico da China a alastrarem-se para todo o mundo.
Embora o número de novos casos confirmados em Shenzen pareça baixo, as autoridades governamentais não têm dado tréguas e avançam para o isolamento como medida preventiva de mais contágios e consequências mais drásticas.