A Boeing pretende construir as próximas aeronaves com recurso ao metaverso e, para isso, vai apostar em projetos de engenharia 3D imersivos, combinados com robôs que falam entre si, enquanto engenheiros e mecânicos estão interligados por HoloLens da Microsoft.
O objetivo é unir as operações de design, produção e serviços num único ecossistema digital em dois anos, para melhorar a qualidade e a segurança dos produtos da empresa, que têm sido alvo de críticas desde a crise do 737 MAX e do 787 Dreamliner por falhas estruturais e problemas de fabricação. Segundo a Reuters, Greg Hyslop, engenheiro-chefe da Boeing, disse que 70% dos problemas de qualidade na empresa devem-se a problemas de design. Por isso, a aposta em ferramentas digitais será essencial para trazer uma aeronave original ao mercado dentro de quatro ou cinco anos. Além disso, será possível obter “velocidade, qualidade aprimorada, melhor comunicação e melhor capacidade de resposta quando ocorrerem problemas”, salientou.
A empresa já utilizou este tipo de ferramentas digitais para desenvolver o mini-jumbo 777X e o jato de treino militar T-7A Red Hawk, mas os problemas técnicos continuaram. Focada em cortar gastos e obter retorno para os seus acionistas, acabou por comprar serviços de pequenas empresas espalhadas pelo mundo que não tinham capital nem recursos humanos para investir em boas ferramentas.
Recentemente, contratou a engenheira Linda Hapgood, apoiada por 100 engenheiros, para supervisionar a nova tentativa e transformação digital que já se iniciou. Esta transformou desenhos, em papel, do tanque do 767 em imagens 3D e distribuiu tablets e headsets de realidade mista HoloLens aos trabalhadores. Aproveitando o conhecimento que obteve com a construção do drone de reabastecimento aéreo MQ-25 e o T-7A Red Hawk, contratou engenheiros conhecidos por trabalharem com o avião de porte médio NMA e já conseguiu melhorar em 90% a qualidade da Boeing. Com o layout e otimização de robô feitos, pela primeira vez, em digital, a empresa construiu os primeiros jatos T-7A em simulação, lançados no mercado em 36 meses. Ainda assim, problemas como a escassez de peças, atrasos no projeto e testes adicionais foram evidentes.
No próximo ano, a Boeing quer reafirmar-se como dominante no mercado através da construção e conexão de réplicas virtuais tridimensionais do próximo jato e da construção de um sistema capaz de executar simulações.