“Estão essencialmente a tentar construir sobre aquilo que muitos de nós estivemos a construir há anos e a mudar-lhe o nome como se fosse seu”, revela Ryan Kappel, um americano que já foi anfitrião de vários encontros no metaverso nos últimos dois anos. As palavras de Kappel encontram eco nas de outros pioneiros, early adopters, que andam a explorar este conceito já há alguns anos.
“Julgo que a Facebook fez esta troca de nome essencialmente para assegurar um registo de propriedade assim que mais empresas se mostrarem interessadas”, considera o cripto-investidor britânico que dá pelo nome online de Pranksy. Por outro lado, Artur Sychov, que fundou o metaverso Somnium Space em 2017, considerou que o anúncio pareceu “apressado… como se estivessem a tentar inserir-se na narrativa do metaverso que já está a acontecer”, cita a Reuters. Sychov passa até cinco horas por dia no Somnium Space, juntamente com uma média de mil a dois mil outros utilizadores.
Já Dave Carr, da Decentraland, lança o alerta de que esta intenção de a Facebook em criar um metaverso onde controle os conteúdos pode encontrar resistência nos utilizadores: “as pessoas que queiram determinar o futuro dos mundos virtuais que habitam, manter propriedade do seu output criativo e movimentar-se livremente entre eles vão escolher a versão descentralizada”. A Decentraland foi fundada também em 2017 e conta com sete mil utilizadores diários, apresentando-se como uma alternativa às plataformas de redes sociais tradicionais.
Ainda assim, nem todas as reações sobre a entrada da Facebook no segmento foram negativas, havendo quem saudasse a chegada da gigante por considerar que irá aumentar o interesse pelo conceito de mundos virtuais e atrair mais utilizadores para o desenvolvimento destas comunidades.
A Facebook/Meta não se mostrou disponível para comentar estas reações adversas.