As forças militares israelitas terão assassinado o cientista líder do programa nuclear iraniano, Mohsen Fakhrizadeh, que faleceu num ataque a 27 de novembro do ano passado, com uma metralhadora com um sistema robotizado de controlo à distância e equipada com um algoritmo de Inteligência Artificial. Fontes ouvidas pelo The New York Times (NYT) contam que Israel montou a metralhadora numa carrinha, colocou o veículo na berma da estrada e, quando o carro que transportava o cientista se aproximou, a ordem de disparo foi dada por um operador à distância, através de uma ligação por satélite.
A componente de Inteligência Artificial foi usada por forma a compensar a latência da ligação – estima-se que havia um atraso de 1,6 segundos entre a transmissão das imagens e a receção do comando do operador –, o coice dado pela arma a disparar – no total, foram feitos 15 disparos – e a velocidade do carro da vítima. No terreno, operacionais israelitas terão feito o reconhecimento de Fakhrizadeh para confirmação do alvo e o ataque foi bastante preciso – a mulher do cientista, que com ele viajava, escapou com vida. Depois dos disparos, os agentes israelitas terão explodido a carrinha, numa tentativa de eliminar as provas, mas esta parte do plano não correu como esperado, com o equipamento a ter sido encontrado relativamente intacto.
Ainda segundo o NYT, todo o conjunto da metralhadora pesava cerca de uma tonelada, tendo Israel alegadamente enviado o equipamento, peça a peça, para território iraniano, por forma a não ser detetado nos controlos de fronteira. Depois, todo o equipamento foi montado já no Irão. A arma usada foi uma FN MAG.
A utilização deste tipo de armas tem vantagens como manter os agentes fora do raio de ação, mas levanta questões éticas que a comunidade de inteligência tem vindo a debater. No total, todo o ataque que resultou na morte de Mohsen Fakhrizadeh durou menos de um minuto.