O anúncio é feito pelo próprio cocriador da Diem (organização por trás do projeto), David Marcus, segundo quem a Novi (nome da carteira) “está pronta para chegar ao mercado”. A afirmação encontra-se numa publicação extensa no blogue da empresa na qual se explica que a abordagem da Facebook passa por ter um protocolo para dinheiro, boas moedas indexadas a um ativo estável (stablecoins) e carteiras digitais como uma fórmula para melhorar o sistema de pagamentos atual. O executivo lembra na publicação a situação atual nos EUA e no globo no que diz respeito a soluções bancárias e de pagamento, o impacto da Covid-19 e os desafios enfrentados atualmente.
A Novi (antes conhecida por Calibra) pretende chegar ao mercado como uma carteira de stablecoin, com a Libra a ser uma moeda digital mais estável, como a USDC ou Tether, em vez de uma Bitcoin. A mudança de nome (de Calibra para Novi) aconteceu em maio de 2020 e em dezembro a Libra Association também mudou a nomenclatura para Diem. Entre os apoiantes, depois da saída da eBay, Mastercard, Stripe e Visa, mantêm-se alguns pesos pesados como a empresa de investimento Andreesen Horowitz, a Coinbase, a Uber ou a Lyft, lembra a publicação Decrypt.
As stablecoin eram lideradas, em junho de 2019, pela Tether, avaliada em 3,5 mil milhões de dólares, cerca de três mil milhões de euros ao câmbio atual. Atualmente, a liderança mantém-se, mas vale agora 64 mil milhões (54 mil milhões de euros), com a segunda stabletcoin mais popular, a USDC criada pela Coinbase (também parte da Diem Association) a valer 27,5 mil milhões de dólares (23,5 mil milhões de euros).
A entrada da Facebook num segmento com líderes em posição de domínio não é inédita: quando a rede social surgiu, MySpace e Friendster tinham posições consolidadas no campo das redes sociais que acabaram por perder com o tempo.
David Marcus explica que a Novi pretende “ser um concorrente na indústria de pagamentos e queremos oferecer pagamentos pessoa-a-pessoa, domésticos e internacionais, gratuitos (…) Acreditamos que as pessoas preferem um serviço que seja gratuito e conveniente do que os que são mais caros e não focados nos clientes”.
Ainda não são conhecidas as datas concretas para a chegada destas soluções ao mercado.