Portugal ainda não tem direito a um domínio próprio – apesar de o amazon.pt já pertencer à gigante norte-americana –, mas isso não tem impedido a Amazon de, aos poucos, estar a aproximar-se cada vez mais dos consumidores portugueses. Só este ano, a gigante do comércio eletrónico já fez duas investidas importantes: a disponibilização, em janeiro, da tradução em português da loja espanhola (amazon.es) e criação de um canal dedicado para comerciantes portugueses; e o lançamento, em maio, do serviço de subscrição Amazon Prime, que dá acesso a várias regalias, incluindo entregas em apenas 48 horas, por €3,99/mês ou €36/ano.
Numa resposta por e-mail à Exame Informática, fonte da Amazon diz que o lançamento do Prime em Portugal era o passo mais lógico na estratégia da empresa para o mercado português. “Durante muitos anos, enviámos milhões de produtos de várias categorias para os clientes em Portugal, a partir dos nossos sites em todo o mundo. Queremos oferecer aos clientes portugueses a melhor experiência possível”.
O lançamento do Amazon Prime, um serviço que a nível global já tem 200 milhões de subscritores, marca um ponto de viragem, por funcionar como uma porta de entrada para o universo da gigante americana: além das entregas rápidas em dois milhões de produtos, sem custos extra associados, dá acesso ao serviço de streaming de filmes e séries Amazon Prime, dá uma subscrição gratuita na plataforma de conteúdos Twitch e dá ainda armazenamento ilimitado na aplicação Amazon Photos. E além do nome de peso que tem no mercado, a Amazon não começa do zero em Portugal: todos os subscritores do serviço Amazon Prime Video passam a ter acesso a todas as regalias Prime; e através da parceria com a Vodafone, todos os utilizadores da operadora com acesso ao Amazon Prime Video passaram também a ter acesso ao Amazon Prime, sem custos adicionais.
A empresa, fundada por Jeff Bezos, não revela quantos subscritores já tem, nem quantos espera vir a ter, mas fonte da tecnológica diz que a Amazon está “satisfeita com a reação inicial dos nossos clientes portugueses ao Prime”.
“Quanto ao futuro, ainda que o comércio eletrónico seja um hábito de compra relativamente novo para Portugal, é de notar que um sistema de venda multicanal está a tornar-se parte da vida diária. Os tempos de entrega eram uma das maiores razões pelas quais, anteriormente, os clientes preferiam as lojas físicas ao comércio eletrónico. Contudo, a mudança para os dois dias de entregas mudou significativamente os hábitos dos consumidores”, salienta a Amazon na sua resposta.
Questionada sobre os parceiros que tem em Portugal para garantir as entregas em 48 horas, a Amazon apenas refere que trabalha com “muitos parceiros de logística diferentes”.
A empresa endereçou ainda aquela que é uma das maiores ausências do serviço Amazon Prime em Portugal quando comparado com o ‘pacote’ que há noutros países: a plataforma Amazon Prime Music, rival dos serviços Spotify e Apple Music. “O Prime Music não está atualmente disponível como parte da subscrição Prime para os nossos clientes portugueses. Mas ainda estamos a começar. Vamos continuar à procura de formas de melhorar a oferta para os clientes, seja através de uma maior seleção de serviços de entrega rápidas ou através de mais filmes e séries no futuro”, antecipa a tecnológica americana.
Por fim, a questão inevitável: para quando o lançamento do site amazon.pt? “Não podemos comentar potenciais planos futuros”, respondeu fonte da empresa.