A Orcha (Organization for the Review of Care and Health Apps) concluiu que a maior parte das aplicações móveis relacionadas com a saúde falha por apresentar pouca informação, não cumprir com normas de segurança e não respeitar os requisitos regulatórios no Reino Unido. Pela análise de mais de cinco mil apps, a organização infere que 80% não cumpre os requisitos mínimos listados pelo NHS (de National Health System, o sistema de saúde britânico). O objetivo da Orcha foi perceber se as aplicações podiam ou deviam ser recomendadas pelo staff do NHS aos pacientes.
Na análise, a empresa incluiu apps classificadas pelos criadores como sendo de saúde, de fitness ou médicas e encontrou muitos maus exemplos, como e o caso de soluções para gestão de diabetas ou de fisioterapia, sem apoio visível de especialistas ou uma app para ajudar a deixar de fumar e que não recebe atualizações de segurança há mais de dois anos.
Liz Ashall-Payne, responsável pela Orcha, explica que algumas das falhas podem não ser intencionais, porque os criadores podem não estar cientes do que têm de cumprir: “Os inovadores podem ficar com uma má reputação e isso é injusto. Imaginem que tem um problema de saúde ou alguém próximo tem uma dificuldade e vocês só querem ajudar. Chegam com boas intenções, mas podem não estar completamente cientes de quais as regulações é que o produto tem de cumprir”, cita a BBC.
Esta especialista aponta ainda ao cenário complexo de ligações e regulamentações que este tipo de apps tem de respeitar para poder ser aprovado no Reino Unido, explicando que existem diferentes autoridades que têm de ser consultadas, consoante se esteja em Inglaterra, País de Gales, Escócia ou Irlanda do Norte. Também os profissionais podem sentir-se assoberbados com toda esta complexidade: “como profissional de saúde, podem só estar à procura de boas apps para recomendar aos pacientes. Mas é difícil perceber quais devem ser recomendadas”.
Apple e Google defendem-se com os seus processos de revisão para aprovação de entrada destas apps de saúde nas lojas de aplicações e explicam que conduzem o processo ou “caso a caso” (Google) ou “com maior escrutínio” (Apple).