Num esforço inédito, os 5800 funcionários da Amazon que trabalham no estado do Alabama vão ser chamados às urnas para decidir se passam a ser representados por um sindicato. Embora as autoridades reguladoras tenham permitido a votação por correio, a Amazon opõe-se e pretende que o ato exija obrigatoriedade de votação presencial. O NLRB (de National Labor Relations Board) sustenta que, em tempos de pandemia de coronavírus, a votação por correio é um meio aceitável e 90% das votações entre março e novembro do ano passado ocorreram desta forma.
A Amazon, no seu pedido de oposição, argumenta que o processo de votação por correio demoraria demasiado tempo e envolveria demasiados recursos. Nesse mesmo texto, é pedido que a votação seja adiada até que o NLRB se pronuncie sobre o recurso. O regulador pretende que os boletins comecem a ser enviados a 8 de fevereiro, com o sindicato a ter apresentado a sua petição inicial a 20 de novembro. É uma movimentação histórica pois, se a decisão for favorável, os funcionários do Alabama passam a ser os primeiros das equipas de armazéns da Amazon a sindicalizar-se, lembra o The Guardian.
A gigante tecnológica mostrou-se sempre contra os esforços de organização e sindicalização dos funcionários. Em setembro de 2018, foi revelado um vídeo interno passado aos gestores da Whole Foods e que os instruía a agirem contra a sindicalização dos trabalhadores. Durante a pandemia, muitos trabalhadores alegam terem sido despedidos por terem organizado manifestações onde eram pedidas mais medidas de contenção e proteção contra a Covid-19 para os operacionais no terreno.