As contas de Lee Cheuk-Yan, Wang Dan e Zhou Fengsuo no Zoom foram encerradas pelos responsáveis da plataforma e os eventos que tinham marcados também foram cancelados. Na génese desta eliminação está um pedido das autoridades chinesas feito aos responsáveis do Zoom. O governo chinês não quis deixar que fossem prestadas homenagens naquelas três contas às vítimas da supressão de protestos pacifistas na Praça de Tiananmen, a 4 de junho de 1989. Os três ativistas tinham organizado vigílias e eventos nas suas contas de Zoom para marcar o aniversário do massacre, mas viram os planos gorados por este pedido das autoridades chinesas e pelo Zoom ter acatado o pedido.
A empresa foi notificada pelo governo chinês de que se preparavam estes grandes eventos de comemoração e que estavam a ser publicitados nas redes sociais. A equipa da Zoom analisou o pedido e determinou que três dos quatro organizadores estavam sedeados na China e que estariam a desrespeitar a legislação chinesa no que diz respeito a partilha de informação ou discussão de eventos.
A decisão de suspender os organizadores e eliminar as suas contas deve-se à impossibilidade de se bloquear participantes por país: “podíamos ter antecipado esta necessidade”, admite a Zoom em comunicado. A empresa está a desenvolver a tecnologia necessária para remover ou bloquear os utilizadores com base na sua geografia, de forma a conseguir executar pedidos de autoridades locais sempre que existirem eventos ou atividades considerados ilegais dentro de fronteiras.
“Esperamos que, um dia, os governos que constroem barreiras para desconectar as suas populações do mundo reconheçam que estão a agir contra os seus próprios interesses, bem como contra os interesses dos cidadãos e de toda a Humanidade”, escreveu a Zoom, lembrando que operam em mais de 80 países e que tem de obedecer à legislação local em cada um deles.