A China Aerospace Science and Technology (CASC) desenvolveu e fabricou o foguetão de próxima geração Long March 7A e programou o lançamento para acontecer hoje. O vídeo da operação foi partilhado online e existem também vídeos captados por espetadores que estão longe da plataforma de lançamento. Duas horas depois do lançamento, as agências noticiosas chinesas reportaram que o lançamento falhou e que uma investigação iria ser conduzida agora.
Não se conhece muitos detalhes sobre qual a carga que o foguetão iria transportar para órbita, a não o que se possa inferir pela descrição oficial : “satélite 6 de verificação de nova tecnologia”. O lançamento aconteceu a partir da base de Wenchang e os preparativos tiveram em conta precauções relacionadas com o novo coronavírus, tendo sido feitos de forma bastante discreta. Será dessa base que irá ser lançado o Long March 5B, mas não se sabe se o falhanço de hoje irá afetar a calendarização já definida, explica o SpaceNews.
O Long March 7A tem um design modular comum a outros veículos Long March, pelo que a razão da falha pode vir a ter impacto noutras missões futuras e escalar para um grande efeito nos planos espaciais da China. A Academia de Tecnologia de Voo Espacial de Xangai está já a desenvolver uma nova variante do Long March 6 prevista para lançamento mais tarde em 2020 e pode sofrer um revés caso a falha se tenha localizado no segundo módulo, nos motores YF-115. Se o problema tiver sido no módulo superior, só devem ser afetadas as séries mais antigas Long March 3.
O foguetão mede 60 metros e usa o mesmo núcleo de 3,35 metros de diâmetro e os propulsores de 2,25 metros da série Long March 7, mas inclui um terceiro componente adicionado e adaptado da geração Long March 3B para permitir o envio de carga para GTO.
A missão da Long March 5B não vai ser tripulada e deve incluir um lançamento em abril. Recorde-se que a China assumiu que iria fazer mais 40 lançamentos em 2020, mesmo depois do surgimento do novo coronavírus.