«Não tenho qualquer dúvida na minha cabeça de que a Inteligência Artificial precisa de ser regulada. É demasiado importante para não o ser. A única questão é qual a abordagem a seguir.» É desta forma, contundente, que Sundar Pichai, diretor executivo da Google e agora também da empresa-mãe Alphabet, fala sobre a necessidade de serem criadas regras para o desenvolvimento e utilização de mecanismos de Inteligência Artificial (IA).
Na opinião do executivo, que assina um artigo de opinião nesta segunda-feira na publicação Financial Times, a criação de regulação pode funcionar como «guia» para os trabalhos que estão a ser desenvolvidos na área.
«Para algumas utilizações da IA, como dispositivos médicos regulados que incluem monitorizadores cardíacos assistidos por IA, os enquadramentos que já existem são um bom ponto de partida. Para novas áreas, como os veículos autónomos, os governos vão precisar de estabelecer novas regras apropriadas que considerem todos os custos e benefícios relevantes», sublinha ainda o líder da tecnológica americana.
E qual o papel da Google no meio desta discussão de regulação para a Inteligência Artificial? «Queremos ser um parceiro prestável e empenhado dos reguladores enquanto abordam as inevitáveis tensões e pontos contra. Oferecemos o nosso conhecimento, experiência e ferramentas para podermos navegar juntos nestas questões», sublinha Sundar Pichai.
O CEO da Google e Alphabet dá ainda exemplos de tecnologias que melhoraram a vida das pessoas, mas também tiveram consequências negativas: o motor a combustão aumentou a capacidade de deslocação das pessoas, mas também foi responsável por um aumento no número de acidentes; e, naquele que parece ser um mea culpa, diz que a internet permitiu às pessoas acederem de forma mais simples a um grande volume de informação, mas também permitiu espalhar desinformação.
«Estas lições ensinam-nos que precisamos de ser bem claros sobre o que pode correr mal [na IA]. (…) A Inteligência Artificial tem o potencial de melhorar milhares de milhões de vidas e o maior risco pode ser falhar ao fazê-lo.»