A Dell e a HP são dois dos fabricantes que já estão a trabalhar com o par Intel-MediaTek no sentido de produzir computadores com ligação celular ao 5G já em 2021. As duas fabricantes de chips querem ser uma alternativa à Qualcomm e apresentam uma solução baseada no modem Helo M70 5G da MediaTek. O acordo permite à MediaTek aceder ao mercado dos EUA e à Intel manter-se na corrida nos PCs conectados 5G e defender um dos seus mercados mais importantes, os computadores pessoais.
A relevância da Intel tem caído para segundo plano à medida que cada vez mais utilizadores passam cada vez mais tempo em frente aos telefones e menos em frente aos computadores. A Qualcomm tem trabalhado com marcas como a Microsoft no sentido de adaptar os computadores em algo um pouco mais parecido com os smartphones modernos. No entanto, também a Intel tem envidado esforços nesse sentido, nomeadamente com o Projeto Athena, onde pretende construir dispositivos que se liguem imediatamente, que tenham ecrãs com grande luminosidade e autonomia de bateria que dure dias.
A Qualcomm já tem trabalhado com a Microsoft e outros há mais de sete anos para criar este tipo de máquinas: primeiro com o Windows RT e, mais recentemente, com aparelhos 2-em-1 da HP e da Asus, que se ligam rapidamente, com autonomia de 20 horas e que corriam versões completas do Windows, com chip Snapdragon 835 e modem X16. A Qualcomm apresentou no ano passado o primeiro processador desenhado especificamente para computadores, o Snapdragon 8cx Compute Plataform.
A Intel tem vindo a perder a corrida e tinha até saído do segmento de modem celulares, com a intenção de venda, por mil milhões de dólares, da unidade de modems para smartphones à Apple em julho, lembra a Cnet.
Atualmente, há quatro fabricantes de chips 5G em todo o mundo: Qualcomm, MediaTek, Samsung e Huawei. As duas últimas apostam em produzir chips para maioritariamente os seus próprios equipamentos. Por outro lado, a Intel não iria aliar-se à Qualcomm, considerada um rival direto. Assim, sobra a MediaTek, que fornece maioritariamente aparelhos a fabricantes asiáticos. A parceria espera conseguir quebrar o domínio da Qualcomm e atrair novos fabricantes de computadores.