O Papa afirmou que as empresas tecnológicas têm o dever de zelar pela proteção das crianças, nomeadamente ao vedar o acesso fácil a pornografia infantil. O discurso do Papa Francisco marcou o início da conferência «Promoting Digital Child Dignity», no Vaticano, que juntou Apple, Google, Microsoft e Facebook, entre outras, a grupos de proteção de menores e autoridades.
O Papa Francisco considera que as empresas devem deixar de se ver a si próprias como meros fornecedores de serviços e assumir a resposabilidade moral e legal para garantir que o bem estar dos menores e da sociedade «não é sacrificado em prol do lucro (…) Façou um apelo urgente para que assumam as suas responsabilidades em relação a menores, à sua integridade e ao seu futuro (…) Não vai ser possível garantir a segurança de menores no mundo digital sem o completo envolvimento das empresas no setor e sem a completa perceção das repercussões morais e sociais da sua gestão e funcionamento», cita a Reuters.
O alerta surge numa altura em que o Facebook se prepara para encriptar todos os serviços de mensagens, algo que, segundo as autoridades e vários especialistas, vai tornar difícil a deteção de predadores que partilham pornografia infantil. Mark Zuckerberg já se mostrou otimista e reforçou que o Facebook seria capaz de identificar estes criminosos com as mesmas ferramentas com que combate a interferência eleitoral.
O Papa enviou ainda um apelo aos engenheiros informáticos no sentido de que reforçassem os sistemas de Inteligência Artificial e os algoritmos para proteger as crianças onine, encorajando-os a sentirem-se pessoalmente responsáveis pelo seu futuro.