O alerta veio de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, durante uma conferência sobre o futuro da banca que está a decorrer esta terça-feira: Em breve, os bancos nacionais poderão começar a recolher informação sobre os clientes para decidirem juros, comissões ou a atribuição de créditos.
«Os dados que são carregados nas redes sociais não servem apenas para comunicar com os parceiros dessas redes sociais; servem também para caracterizar cada um dos intervenientes e dessa forma determinar qual o preço que têm de pagar», sublinhou Carlos Costa em declarações que estão a ser disseminadas pela Antena1 /RTP.
Carlos Costa admite mesmo que a busca de informação na Internet poderá agravar desigualdades entre ricos e pobres, ou entre quem tem acesso a crédito e quem não consegue um empréstimo.
«Vamos assistir a muito preços no crédito e nos serviços financeiros em função da natureza do cliente. Vai haver a prazo, aliás, um problema, que eu diria, de semi-exclusão por parte dos segmentos de clientes com maior risco, que vão ver os seus preços muito diferenciados em função do seu perfil de procura ou das contingências associadas aos pagamentos que têm de fazer», refere o Governador do Banco de Portugal .
As declarações divulgadas pela Antena 1/RTP também abordam os desafios de segurança suscitados pela Internet. Neste ponto, é todo o ecossistema bancário o destinatário do recado: «Não vale de nada o Banco de Portugal ter – e tem – uma grande capacidade de resposta em termos de cibersegurança, se algum dos nossos parceiros que está ligado ao nossos sistema tiver uma falha. Uma falha num dos parceiros pode contaminar todo o sistema».