Quando acabar de ler os dois primeiros parágrafos deste artigo, o mais provável é que a linha de produção do P30 tenha acabado de fazer de raiz mais um smartphone e já o tenha embalado e pronto para ser entregue nas lojas. Feitas as contas, este topo de gama da Huawei leva uma média de 28,5 segundos desde que começa a ser fabricado até estar embalado e selado na caixa oficial.
À margem do Huawei Developer Conference (HDC2019), a Exame Informática teve oportunidade de visitar a área de 1,4 quilómetros quadrados em Songshan Lake (que fica em Dongguan) onde a marca chinesa fabrica vários dos seus produtos. O espaço é composto por múltiplos edifícios de três andares e alberga cerca de 20 mil funcionários.
A linha de produção do P30 tem 120 metros e é capaz de fabricar 2400 smartphones por dia. O processo de automação tem vindo a crescer, pelo que, atualmente, esta linha conta com a intervenção de 17 funcionários, um número que em 2013 (para outros terminais, claro) chegava aos 86. Os funcionários trabalham seis dias por semana, oito horas por dia, embora muitos optem por tirar partido da possibilidade de fazerem duas horas de trabalho diário extra. A cada duas horas há um intervalo de 10 minutos e passadas quatro horas existe uma pausa de uma hora e meia para refeição.
O primeiro passo da linha de produção é a colocação de um código QR na placa de circuitos que funciona como número identificador do smartphone e serve para que a Huawei consiga vir a detetar a origem de potenciais problemas que venham a surgir, já que, por exemplo, contém informação sobre a data de fabrico e que materiais de diferentes fabricantes parceiros foram usados. Saliente-se, porém, que a própria linha de produção tem automatismos de inspeção de falhas e o olho humano (e tato) também ajudam a verificar se o telemóvel saiu imaculado no final do processo.