O impacto das ações do governo americano perante a Huawei está a ter repercussões a nível mundial, pois para além da Google, várias empresas parceiras da marca chinesa anunciaram já um corte de relações, esta segunda-feira. Fabricantes como a Intel, a Qualcomm,a Xilinx e a Broadcom deram ordens aos seus serviços para não abastecer a Huawei, até serem conhecidas novas diretrizes.
Sexta-feira passada, a administração Trump acusou a Huawei de servir como meio de espionagem para o governo chinês, tendo ameaçado bloquear a venda de componentes essenciais para a Huawei. Segundo a Bloomberg, esta “guerra” pode também levar a um atraso no desenvolvimento da rede 5G a nível mundial.
A Huawei «está muito dependente dos produtos americanos e seria gravemente prejudicada caso fosse feito um corte», disse Ryan Koontz, analista da Rosenblatt Securities, à Bloomberg, sublinhando que o bloqueio americano «pode causar um atraso no desenvolvimento das estruturas que vão permitir ter rede 5G na China (…) bem como terá impacto em vários fabricantes de componentes, em todo o mundo».
Atualmente, a Huawei depende das seguintes empresas: da Intel, por ser o maior fornecedor de chips de servidores; da Quacomm, por produzir processadores e modems para muitos dos smartphones da Huawei; da Xilinx, por ser a empresa a que a marca chinesa recorre para comprar chips usados no networking; da Broadcom, por ser o fornecedor responsável pela venda de switching chips, também usados em dispositivos de rede.
Segundo a Bloomberg, o bloqueio comercial fez-se sentir também a nível dos valores de mercado, bem como tem vindo a aumentar a tensão política sentida entre Washinghton e Pequim. Embora a empresa chinesa consiga manter a sua produção por mais três meses, independentemente de ser, ou não, reabastecida pelos seus fornecedores, por ter em stock uma quantidade razoável de componentes, o órgão de comunicação avança que os quadros da empresa estão a procurar desvincular-se da necessidade de importar e passar a produzir os seus próprios componentes.