Satya Nadella defendeu o contrato de 480 milhões de dólares para o fornecimento de cem mil unidades do HoloLens dizendo que a empresa não irá manter tecnologias afastadas dos governos democráticos. O responsável máximo reagiu uma carta assinada por mais de 250 funcionários que pediam que não fossem fornecidos os HoloLens. Cada vez mais funcionários expressam o seu descontentamento pelo fato de a Microsoft vender a sua tecnologia, quer de software, quer de hardware, para o ramo militar. Neste caso em concreto, os óculos de Realidade Aumentada vão fazer parte do Integrated Visual Augmentation System (IVAS), um sistema de imagem termal, deteção de armas e monitorização de saúde, criado com o objetivo de aumentar a letalidade dos soldados.
«Tomamos a decisão fundamentada de não impedir que instituições eleitas democraticamente para proteger as liberdades tenham acesso à tecnologia (…) Sempre fomos muito transparentes sobre essa decisão e continuamos o diáologo [com os funcionários]», disse Nadella à CNN Business.
A Microsoft sempre forneceu soluções ao Department of Defense, nomeadamente a suite de produtividade e outras soluções genéricas, para manter sistemas de comando críticos. No entanto, o acordo com o HoloLens é diferente, uma vez que aproxima a Microsoft do desenvolvimento de armas e a entrar diretamente em cenários de guerra, algo com que os funcionários não concordam.
Há grupos dentro da Microsoft que pedem que a empresa cesse mesmo o fornecimento de soluções de produtividade a autoridades como a ICE, de Immigration and Customs Enforcement, a organização que vigia a fronteira dos EUA e que estaria a separar crianças de pais. Nessa altura, Nadella defendeu que o contrato cobria apenas uma solução de mensagem, de gestão documental e outras tarefas semelhantes, não estando a Microsoft envolvida na separação de crianças, nem no fornecimento de software de reconhecimento facial.