Chama-se Dragonfly e é um projeto feito pela Google à medida do mercado chinês. As primeiras notícias que davam conta desta versão de motor de busca chinês começaram a circular em agosto. Sundar Pichai, o diretor executivo da gigante da Internet, ainda tentou amenizar os ânimos e a curiosidade, mas acabou por não dissipar as dúvidas sobre o desenvolvimento de um motor de busca censurado para o mercado chinês. Na passada terça-feira, o tema voltou a fazer títulos de jornal, com a publicação, no site Medium, de uma carta aberta assinada por vários empregados da Google a manifestarem-se contra o desenvolvimento de um motor de pesquisas sujeito aos mecanismos censórios das autoridades chinesas.
«Muitos de nós aceitámos empregos na Google tendo em conta os princípios desta empresa, inclusive as posições tomadas previamente contra a censura e a vigilância na China, e sempre achámos que a Google é uma empresa disposta a pôr os princípios acima dos lucros», referem os trabalhadores da Google.
Desde 2010 que o motor de busca da Google não opera na China devido a um conflito com as autoridades locais, que pretendiam aplicar filtros às pesquisas efetuadas na Internet. Alegadamente, o projeto Dragonfly poderia representar um regresso à China e a aceitação da censura nas pesquisas. «O governo da China está a expandir às claras o seu poder de vigilância e o controlo que exerce sobre a população», recordam os profissionais da Google que se juntaram ao manifesto contra a censura chinesa.
Antes dos trabalhadores da Google, já a Amnistia Internacional havia alertado para os riscos da colaboração do maior motor de busca da Internet com as autoridades chinesas