Como já é tradição, no primeiro ano de cada década o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga novos censos da população, mas em 2021 essa tradição pode acabar: Francisco Lima, presidente do INE, anunciou, durante a iniciativa de InCoDe.2030 que os censos vão passar ser feitos em contínuo. Com este processo, o INE conta poder poupar cerca de 40 milhões de euros anuais. «Durante o próximo ano já deveremos ter alguma coisa experimental», admitiu Francisco Lima quando questionado pela Exame Informática.
Para passar a ter o novo serviço de censos atualizados de modo continuado, o INE vai investir numa nova infraestrutura que permitirá acelerar o processamento de dados, e aplicar técnicas de aprendizagem máquina (machine learning) e inteligência artificial que permitirá obter dados em prazos bem menores que os tradicionais 10 anos dos censos.
Além dos equipamentos, o INE deverá proceder à aquisição de software e à contratação de especialistas em inteligência artificial. A informação será trabalhada, após a aplicação de técnicas de anonimização, a partir dos dados recolhidos através de parcerias com diferentes entidades públicas (o INE recebe informação de várias entidades de abrangência nacional, como a Segurança Social ou a Autoridade Tributária).
«Este é um serviço que vai ser disponibilizado ao público», explicou Francisco Lima, lembrando que o novo formato dos censos deverá funcionar lógica de dados abertos e gratuitos para as empresas e cidadãos.