A questão chegou na quarta-feira ao Senado dos EUA: os russos conseguiram entrar no software das máquinas usadas para votar nas eleições presidenciais que levaram Donald Trump até à Casa Branca? A suspeita ganhou caráter formalidade pelas mãos das senadoras do Partido Democrata Amy Klobuchar e Jeanne Shaheen, que solicitaram uma investigação ao software usado pelas máquinas de voto.
De acordo com a Reuters, as duas senadoras democratas pretendem que os responsáveis das empresas Election Systems & Software, Dominion Voting Systems e Hart Intercivic deponham no Congresso dos EUA, a fim de apurar se houve partilha dos códigos-fonte que suportam os diferentes softwares, ou se há registo de irregularidades e incidentes, ou se foram tomadas as medidas de segurança necessárias para evitar ataques às máquinas de voto.
O requerimento apresentado pelas senadoras já aponta uma pista possível para a investigação: «De acordo com os sistemas de testes e certificação da Comissão de Apoio às Eleições, a maioria das máquinas de voto contêm softwares de empresas que alegadamente partilharam os códigos-fonte com entidades russas».
A nova fase de investigação pode ser encarada como um novo capítulo no misto de polémica e suspeita que tem rodeado as eleições presidenciais de 2016. De acordo com as notícias que circularam depois das primeiras auditorias, os sistemas de contagem de votos e atribuição de mandatos de 21 estados dos EUA foram alvo de tentativas de intrusão ou, pelo menos, de “missões de reconhecimento” de hackers russos.
As autoridades dos EUA e alguns peritos concluíram que as máquinas de voto não terão sido afetadas pelas investidas russas. Também não foi recolhida qualquer prova que confirme que houve votos alterados através das alegadas intrusões.
As autoridades russas negaram qualquer participação em tentativas de intrusão – do mesmo modo que já haviam rejeitado qualquer culpa nas ações de propaganda que circularam nas redes sociais durante a campanha eleitoral das presidenciais norte-americanas.
Além do apuramento de responsabilidades face às eleições que deram a presidência a Donald Trump, há mais um motivo para que uma nova ronda de investigações se inicie agora: em novembro, têm lugar as eleições intercalares nos EUA.