Durante o ano de 2017, os pedidos de registo de patentes apresentados por entidades portuguesas junto do Instituto Europeu de Patentes (IEP) registaram uma diminuição de 5,7% face ao ano anterior. Em 2016, chegaram ao IEP 158 pedidos de patentes provenientes de Portugal. Em 2017, esse total passou para 149 pedidos de registo, informas o IEP em comunicado. O decréscimo registado em Portugal contrasta com a tendência europeia, que apresentou um crescimento de 3,9% nos pedidos de registo de patentes de 2016 para 2017. No total, foram contabilizados 166 mil pedidos de patentes europeias em 2017.
Mais do que um valor capaz de gerar alarme, o decréscimo no número de pedidos de patentes poderá ser encarado como uma potencial desaceleração registada no ano passado, devido à ausência de uma das entidades que mais patentes tenta registar a partir de Portugal. «No último ano, as empresas, centros de investigação e universidades portuguesas preencheram 149 pedidos de patentes no IEP (…), número que é na verdade o segundo mais alto dos últimos anos. Uma das razões que explica este decréscimo em 2017 é a ausência da empresa portuguesa mais ativa na candidatura a patentes, a Novadelta-Comércio e Industria de Cafés, na lista das cinco entidades portuguesas que mais pedidos de patentes solicitaram ao IEP», explica o IEP em comunicado.
O Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia liderou os pedidos de registo de patente com origem em Portugal em 2017 (oito pedidos de registo). O top 5 nacional fica fechado com a Biosurfit e o INESC Porto, com 6 pedidos de patentes cada, a Saronikos Trading and Services e a Universidade do Porto, ambos com 5 pedidos de patentes.
Nas áreas com maior procura, destaca-se o crescimento de 100% nos pedidos de patentes para a tecnologia médica – que passou a ocupar com as tecnologias de medição o primeiro lugar das áreas de investigação que mais patentes originam em Portugal. Sistemas de processamento e Engenharia Civil são outras das áreas que se mantém no topo dos pedidos de registo de patentes no País.
«O Minho e o Douro Litoral lideram o ranking regional com 41.9% do total de pedidos de patentes provenientes de Portugal (2016: 41%) seguidas da Beira Litoral com 18.2% (2016: 17.3%) e a Estremadura e o Ribatejo com 16.2% (2016: 10.3%), que também foram as regiões com um maior crescimento (+50%). No ranking por cidades, a área metropolitana do Porto lidera o ranking com 25 pedidos de patentes (crescimento de 56.3%), colocando Lisboa em 2º lugar com 21 pedidos», informa o comunicado do IEP.
Em contrapartida, no número de patentes atribuídas, o ano passado foi de crescimento: em 2017, o IEP atribuiu a entidades portuguesas 68 patentes – o número mais elevado de que há memória nos últimos dez anos e que reflete um crescimento de 15,3% face ao ano anterior. China destacou-se pelo crescimento de 16,6% nos pedidos de patentes apresentados em 2017 no IEP. O top 5 é «atualmente ocupado pelos EUA, Alemanha, Japão, China e pela primeira vez a França», conclui o IEP.