A Altice Portugal e a Huawei assinam esta segunda-feira a assinatura de um memorando de entendimento que prevê o uso de tecnologias da quinta geração de redes móveis (5G). O acordo vai ser celebrado em pleno Mobile World Congress, em Barcelona.
O acordo agora assinado tem por base o uso do equipamento comercial 5G NR, da Huawei. Antes da marca chinesa, também a Ericsson havia garantido uma parceria com a Altice Portugal para a realização de testes com redes 5G.
«A 5G ainda está em incubação. Queremos antecipar ao máximo possível tudo o que tenha a ver com testes em laboratório, ver quais são implicações em termos de integração com as redes que já existem, a 2G, a 3G e a 4G. É um trabalho de fundo que estamos a fazer com a Huawei», explica à Exame Informática, Luís Alveirinho, diretor de Tecnologias da Altice Portugal.
Helena Costa / PT Portugal
O diretor da Altice acredita que a estreia comercial da 5G possa ser feita entre «meados e finais do próximo ano», mas recorda que, antes dessa data, a Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) terá de determinar a quantidade de espetro e as bandas de frequências disponibilizadas e os operadores terão de fazer o “trabalho de casa” para fazer a migração.
«Trazemos toda a tecnologia para o ambiente laboratorial, e vamos ver quais as implicações que estão por detrás de toda a evolução tecnológica e perceber quais as primeiras aplicações que vão aparecer. Não há possibilidade de lançar esta visão disruptiva daquilo que a 5G vai trazer para a vida dos operadores de telecomunicações, sem criar este ambiente mais colaborativo para vermos como é que vamos encher um “tubo” de comunicações cada vez mais largo e quais serão as aplicações que efetivamente vão tirar partido disso», sublinha Luís Alveirinho.
Aveiro, cidade de origem dos Altice Labs, é uma das cidades portuguesas mais bem posicionadas para estrear a 5G em “ambiente real”, mas Luís Alveirinho admite que a estreia tecnológica possa contar com outra cidade de maior dimensão. O que implicará mudanças nas infraestruturas tecnológicas: «A 5G traz alterações fundamentais na arquitetura de rede. Uma das tecnologias que vão permitir lançar com a 5G é a virtualização, que permite a aproximação das tecnologias de rede às tecnologias da informação. A rede está a mover-se no sentido dos centros de dados e a integrar um conjunto de funcionalidades ao nível do centro de dados. A componente da virtualização e de cloud computing são facilitadores da 5G».
O memorando de entendimento é a segunda notícia a envolver a Altice e a Huawei nos últimos dias: nos primeiros dias de fevereiro, foi anunciado o Golabs, um laboratório criado com o propósito de potenciar novas ferramentas de IoT junto da comunidade nacional.
