Um drone de origem e propriedade desconhecidas sobrevoou as pistas e a placa do Aeroporto de Lisboa. O episódio já foi classificado de «extremamente crítico e perigosíssimo para a operação normal da aviação tripulada» pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAA).
Apesar de não serem adiantados detalhes sobre a duração do sobrevoo, as áreas sobrevoadas ou as perturbações geradas nas operações do aeroporto, o GPIAA classifica o caso como sendo suficiente para fechar um aeroporto.
Álvaro Neves, diretor do GPIAA, refere, quando entrevistado pela TSF, que as autoridades terão tomado as medidas necessárias para evitar eventuais incidentes com as aeronaves tripuladas – mas o veículo voador foi bloqueado ou apreendido, e o proprietário não foi identificado. «Daquilo que temos conhecimento o operador (do drone) não foi identificado», acrescenta.
No ano passado, foram contabilizados nove casos similares. Em 2016, o número desceu para quatro – sendo o episódio detetado na segunda-feira o que maior nível de gravidade terá gerado. A notícia sobre o misterioso drone surge um dia antes de a apresentação do novo regulamento para as operações de drones ser apresentado pela Autoridade Nacional de Aviação Civil.
Álvaro Neves aponta para o regulamento como uma peça-chave para a segurança das aeronaves tripuladas. «Portugal deveria, no fundo, possuir uma legislação própria que venha regular este mercado, porque não tenhamos de dúvidas de que este tipo de atividades veio para ficar e vai evoluir muito rapidamente», refere quando questionado pela TSF.