A Comissão de Investimentos de Taiwan confirmou ontem que está em vias de aplicar uma ordem de saída à Uber. A decisão deverá tornar-se oficial a 11 de agosto.
A decisão das autoridades de Taiwan tem por base uma alegada indefinição da Uber perante a lei daquele mercado asiático. A Comissão de Investimentos de Taiwan considerou que a Uber apresenta-se, erradamente, como uma plataforma que opera na Internet, quando na prática atua como um serviço de transportes, revela Reuters.
Em Portugal sucedeu uma situação similar: elementos do atual governo consideraram que a Uber opera à margem da lei enquanto plataforma digital que permite requisitar veículos como qualquer outro operador de transportes públicos. Em maio, um relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) concluiu igualmente que a Uber atua como um operador de transportes, e por isso está a atuar fora da legalidade.
Depois deste relatório, José Mendes, secretário de Estado Adjunto e do Ambiente, avançou com uma proposta de legislação que obriga a Uber e plataformas concorrentes a solicitar uma licença de operações e a contratar apenas motoristas credenciados.
Em Taiwan, os argumentos da Uber não diferiram muito daqueles que têm vindo a ser usados em todos os mercados. Desta vez calhou a Likai Gu, responsável da Uber em Taiwan, a pedir às autoridades que não travem a inovação: «Queremos ajudar o governo de Taiwan a compreender o papel da tecnologia na criação de oportunidades económicas e nas respostas
às necessidades de transporte em Taiwan».
Depois da polémica e dos confrontos com taxistas registados em alguns países da Europa, a Uber tem vindo a conhecer uma nova frente de contestação na Ásia. A Reuters recorda que há vários países onde a legalidade da Uber tem vindo a ser questionada. A confirmar-se a ordem de expulsão em Taiwan, é o segundo grande revés que a mais valiosa startup da atualidade regista nos últimos dia: Na China, a Uber acabou por vender as operações ao principal concorrente, sucumbindo a uma longa guerra de preços.