
MARCEL ANTONISSE
Steve Wozniak, o fundador da Apple, não esquece que também é Steve Wozniak, o contribuinte. E as mais recentes palavras do guru das tecnologias são elucidativas: «Não gosto da ideia de que a Apple está a ser injusta – evitando pagar os impostos da mesma forma que eu pago enquanto indivíduo. Eu trabalho imenso, viajo imenso, e pago mais de 50% em impostos em tudo o que faço e acredito que isso faz parte da vida e que é algo que tenho de fazer».
As palavras foram proferidas numa entrevista à BBC – e poderão não ter surgido no melhor momento para a Apple. A marca da maçã está atualmente sob investigação da Comissão Europeia. De acordo com as notícias veiculadas nos diferentes órgãos internacionais, há a suspeita de que a Apple possa ter escapado ao pagamento de mais de oito mil milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de euros). A alegada fuga fiscal terá sido feita a partir de sucursais no Luxemburgo e Irlanda. Quando a suspeita começou a circular, Tim Cook reagiu classificando-a de «tretas políticas». Se na Europa o cerco às contas da Apple tem vindo a apertar-se à medida que é investigada a contabilidade da companhia na Irlanda, nos EUA o panorama não é propriamente de relaxe: as autoridades norte-americanas já apelaram à Apple para repatriar os montantes que tem levado para fora dos EUA. Tim Cook também rejeitou à partida a sugestão, que tinha como resultado uma perda de 40% do dinheiro que a Apple expatriou. Atualmente, 90% do dinheiro amealhado pela Apple encontra-se fora dos EUA. A empresa está avaliada em 215 mil milhões de dólares – mais de 190 mil milhões de euros.