A inovação cria regras ou… quebra-as. João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, está num cargo que não permite grandes veleidades quanto à quebra de regras, mas que dá a possibilidade de as pode mudar. “Estamos a formar uma taskforce para analisar a legislação nacional e saber como é que a legislação de vários setores pode mudar para atrair novos negócios”, anunciou no evento de lançamento da segunda edição do programa Ativar.
Carros sem condutores, uso de drones, ou crowdfunding são alguns exemplos dados pelo governante sobre áreas que necessitam de novas regras para acompanharem as mais recentes tendências. João Vasconcelos está convicto de que a mudança de legislação pode dar o empurrão que falta para a indústria nacional entrar na denominada quarta revolução – aquela que tem a digitalização e a interligação entre dispositivos como principais pilares.
Mesmo com as tais leis que já precisam de atualização, o espírito empreendedor já entrou em ritmo cruzeiro no tecido empresarial português. «Dentro de um mês, Portugal será o país da Europa com o maior investimento feito no early stage (o período inicial de uma startup)», augura o secretário de estado.
Se as previsões de Vasconcelos estiverem certas, Lisboa deixará de ser epitetada como a nova Silicon Valley ou a nova Berlim. «Lisboa tem a sua identidade» atira o governante. «Para as startups o que importa é a mentalidade», acrescenta. Não menos importante, é o impacto que, eventualmente, as startups que têm proliferado por Portugal podem ter no tecido económico. O governo tem como uma das principais bandeiras o combate ao desemprego; João Vasconcelos lembra que a inovação pode dar a ajuda que falta: «50% dos empregos criados vêm de novos negócios».
E mais à frente, perante o auditório da Microsoft Portugal com alguns dos principais investidores e mentores de startups nacionais, aponta ainda para revolução que está em marcha e para os contrastes entre os benefícios de uma capital europeia que tem vindo a atrair estrangeiros atraídos pela tolerância e o clima ameno, mas que não consegue manter dentro de fronteiras licenciados que necessitam de um ou dois anos de salários enquanto preparam o lançamento de novos negócios. «É a primeira revolução industrial em que ser português não é importante; porque a localização não é importante», recorda.