No momento em que acabar de ler esta frase já terão passado seguramente muito mais que 13 microssegundos. Pode parecer uma fração desprezável para qualquer humano, mas faz toda a diferença, como confirmam os mais recentes alertas da empresa Chronos: durante a semana passada foram registados vários erros de 13 microssegundos nas horas fornecidas pela constelação de satélites GPS.
Nalguns casos, o erro da hora emitida pela constalação de satélites que hoje suporta grande parte dos serviços de localização mundiais perdurou por mais de 12 horas. Vários alarmes terão sido ativados em empresas que usam as horas da constelação GPS para a troca de dados. Entre as clientes da Chronos, há relatos de multinacionais que terão sido afetadas em várias sucursais.
Na memória dos responsáveis da Chronos estará ainda a vaga de erros gerada em 2004 por uma falha relacionada com o satélite SVN 23. A avaliar pelo comunicado que a Força Aérea dos EUA emitiu, é este mesmo SVN 23 que está outra vez na origem desta nova sucessão de falhas. Desta feita, foi o facto de este mesmo satélite ter sido retirado de operações que provocou a disrupção registada nos últimos dias.
Os responsáveis pela gestão da constelação GPS referem ainda que os erros na hora emitida pelo GPS terão sido detetados no software usado pelas unidades de controlo da constelação a partir da Terra.
Contactada pela BBC, a Fundação para a Resiliência da Navegação e das Horas (RNTFnd, em inglês) confirma a existência do erro nas horas do GPS, e refere ainda que os efeitos, apesar de bastante disseminados, produziram efeitos diminutos nas infraestruturas de vários setores.