A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) lançou uma consulta pública com o propósito de auscultar o mercado sobre o potencial tecnológico e comercial da faixa de frequências entre os 3,4 GHz e os 3,8 GHz no que toca ao desenvolvimento de novos serviços de comunicações hertzianas. A consulta pública, que termina a 25 de maio, poderá ser determinante para os moldes em que as «redes de banda larga sem fios de alta velocidade» serão exploradas em Portugal.
O comunicado da Anacom não fornece detalhes sobre as velocidades permitidas, mas pela descrição é possível confirmar que a exploração das frequências entre 3,4 GHz e 3,8 GHz poderá abrir caminho a um aumento de largura de banda, como também a uma mescla de tecnologias e redes: «pretende-se ainda consultar o mercado sobre a possibilidade e moldes de alteração do enquadramento da faixa dos 3,4-3,8 GHz, visando permitir acomodar várias tecnologias, nomeadamente a tecnologia LTE, para o acesso a banda larga sem fios».
De realçar ainda que a Anacom vai dar uso a frequências em que costumam operar redes sem fios Wimax, que recorriam aos 3,5 GHz. O Wimax chegou a ser apresentado como uma alternativa à fibra ótica por permitir larguras de banda consideráveis a grandes distâncias, mas teve dificuldade em vingar à escala global.
A faixa hertziana que a Anacom pretende disponibilizar, futuramente, aos operadores recorre ao espetro sobrante do leilão da tecnologia BWA, que foi realizado em 2009, a faixas que pertenciam à Onitelecom e à Sonaecom (cujos direitos foram revogados), e ainda o espetro que era explorado pela PT Comunicações e que viria a ficar livre devido a um processo de reaproveitamento da tecnologia FWA.
Os interessados na consulta pública deverão enviar os seus depoimentos para o site da Anacom. .